domingo, 13 de maio de 2018

A Quinzena do Autor

Socorro Beltrão

Socorro Beltrão nasceu em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, foi aluna do Instituto  Duque de Caxias, do saudoso, Prof. José Amâncio Lopez, Colégio Três de Agosto (Dr. Mario Bezerra), Escola Federal Rural João Cleofas (Vitória), e Universidade Federal Rural de Pernambuco, no Recife. 
Professora pelo SEC. PE, por 30 anos, onde deste os seis anos de idade ajudou a mãe que alfabetizava adultos e ensinava corte e costura.
Hoje,  aposentada se dedica a ensinar crianças carentes, dando o anzol, ensinado a pescar e vender. Escreve poesias, contos e  causos. Faz artes em geral: flores, bijuteria, biscuit, bonecas, pinturas em tecido, vidro, cerâmica  e telas. Tudo que aprendeu, ensina de graça.
Ela publica parte da sua obra em uma escrivaninha que mantém no Recanto das Letras.
Adora a natureza, todo tipo de arte e gosta de viver.
É Acadêmica da AVLAC (Academia Vitoriense de Letras Artes e Ciências). E em breve vai reeditar o seu Livro Partículas de Amor, e o segundo livro está sendo digitado.


Acrósticos


Gabriela
Gata, neta e linda.
Amo o teu existir.
Bonita, meiga e Educada.
Risonha, calma e querida.
Isto posso apostar.
Estou apaixonada
Logo que ti conheci
Agora, posso te amar.

    Netinha do meu coração  GABRIELA.

Acrósticos
Galã dos sonhos meus
E a flor do meu jardin.
Recebes estes versos teus.
Maravilhoso és para mim
Anda..., eu acompanharei teus passos
Nascido és do meu ventre,
Oferta de Deus em meus braços
 (Germano)

Garota linda, flor em botão
Estou maravilhada, querida.
Ora, por ser tua mãe, pois não?
Retrato de amor indefinida,
Gostaria de ter rimas lindas
Imagem de amor e vida
Afinal, te amo, duvidas?
  (Georgia)

Sossega, querida amiga,
Onde estou, lembro de ti.
Nada poderá isto mudar,
 Posso te assegurar.
Anda! vem me abraçar!
 (Sonia)
                   
Amiga à 54 anos, irmã, camarada e cunhada.


                             Poesias


                Bom Dia
                        Quando o dia amanhece,
                        Meu coração se engrandece.
                        E meus versos, saem assim
                        Numa correnteza sem fim.

                        Lembro do Bom Deus,
                        Do universo que Ele criou,
                        Do nosso planeta
                        Que fez e abençoou.

                        Admiro e amo, o Sol, a lua,
                        E todos feitos seus,
                        Sinto uma grande alegria
                        Que me felicita e contagia.

                         Me alegro, claro
                         Pelo grande respeito,
                         Que sinto no meu peito,
                         Pelo meu irmão

                          Não me importa o credo,
                          Não me importa a raça,
                          Se é rico, ou sem tem um tostão.
                          Só sei que é meu irmão

                          Porque Deus o criou
                          Deus criou a mim também,
                          Ele é o Pai e nós, irmãos
                          Bom Dia! De coração!


Saudade
Saudade
Por favor, não me deixes
Porque ficarei tão sozinha.

Tu és minha eterna companheira.
Sem ti ?
Como iria recordar,
Um passado que joguei fora,
Ou que fui jogada fora?
Não importa mais.
Saí do grupo, Deixei de fazer parte,
Abandonei?
Ou fui colocada no banco de reserva
E esquecida? ...

Já não importa.
No final, estarei mesmo morta.

Não, não agora.
Ainda tenho muito, muito tempo.
Para viver.
Eu quero ter.
Mesmo que só ao teu lado.

saudade.

Para viver
Viver e recordar
E viver, viver.

Para sorrir
Mesmo que às lágrimas
Estejam, por dentro,
Lavando minha alma.

Sufocando minhas lágrimas,
Numa gargalhada.
Muitas vezes, sem porque.
Mas, pelo simples prazer de viver.
Eu quero viver.

Amor de poeta
O poeta, ama com ardor.
Estão sempre presente,
A natureza e seu esplendor!
No coração desta gente.

Sabe descobrir a beleza
Nos mais simples momentos,
Porque toda a natureza
Está nos seus sentimentos...

Ama, com a alma,
Vê, Com os olhos da paixão...
Sente, com todos os poros.
Sabe, sonhar acordado...
Tem todos
Sentimentos, multiplicados.
Se sofre, é demasiado
E explode...  Ao ser amado.

Solidão
Estou só,
Ao meu redor é só silêncio.
Mas, dentro do meu ser...
Está o amor, está você.

Meu coração vibra, mesmo assim.
Meu pensamento voa...
Como num sonho,
A solidão se esvoa.

Passeando na rua...
Mil pessoas a minha volta,
E eu, sem teu amor
Sou morta.

Perdão
Perdão, por te amar tanto.
Pelo tempo, que não me fez te esquecer.
Não, não me culpes no entanto,
Por amar tanto, tanto você.

Perdão, te rogo por porquanto,
Não, não fui capaz de te esquecer.
O tempo foi passando, passando,
E eu, eu amando, amando tanto você.

Não importa, se não foste
Capaz de amar-me assim.
É que este amor foi, foi
Muito, muito forte para mim.

Você,
Não tem culpa alguma,
Nem eu...
Se este grande amor,
Foi só meu, só meu...

Do meu livro, Partículas de Amor.

Desencontro
Sei, que guardas na lembrança,
O dia precioso do nosso encontro.
Sim, eu sei.
Sei que ainda me amas
De outra forma, Talvez
Do teu jeito, só teu.
Sei, sei que também sofres como eu,
Pelos desencontros
Que a vida nos ofereceu.
Desencontros
Desencantos.
De destinos iguais
Pois, eu
No meu canto, sofro.
Tu, no teu mundo mudo, sofres.
E assim temos um encontros
Em tantos desencontros. (O sofrimento)

Perdi
Cheguei cedo em tua vida, bem sei
E te perdi, tão logo te amei.
Perdi, sem te ter tido, afinal,
Foi só meu este amor tão real.

Tu,  tiveste uma paixão
Que logo se foi, e eu
Te amei com o coração,
Num amor só meu, só meu.

Te perdi,
E tu nem foste meu.
E eu nunca fui tua...
Não se perde
O que jamais foi teu...

Destino l
Não se esqueça de mim, disseste tu,
Não desapareça, pedi eu.
Te esqueser, para mim foi impossível.
Desaparecer, para ti, foi aplausível.

Veja, seja como o destino quiser,
Tu, o homem. Eu, a mulher,
Que mesmo se amando tanto
Nunca nos entendemos no entanto.

A gente se agarra, se abraça.
Se deixa, se larga, se beija...
Mas, vem o destino
e nos separa...

INSPIRADO, NUMA MÚSICA DE CARNAVAL.

Destino II
Vida...
Destino...
Perfeição da vida.

Perguntas, muitas.
E sem respostas.
Poderia ter sido feliz...
Foi o destino
Que não quis....

Se vencer... Teve sorte.
Senão... Que importa!
No final... sempre a morte.
(Estarei mesmo morta!).

Meus versos
Meus versos, queridos
São brancos, azuis e amarelos
Soltos, Livres e sinceros.
Ora com rimas, puros, Ora sem rimas, singelos.
Mas que revelam
Um grande amor
Que louco de prazer,
Voa alto, se atira no alvo
Suícida para morrer...

Revelam um amor sofrido,
Um amor triste e ferido.
Sem remédio para sanar
Uma tão sofrida dor, Deste resultado de amor.

Sonetos, poemas, e acrósticos empobrecidos
Porém ricos afinal
de um amor profundo e fatal.

Amor venerado
Eu, você e o nosso amor,
Um amor puro e venerado.
Não precisa de beijos e abraços,
Só nosso amor, infinito, adorado.

Vejo teus olhos brilhando
Ao encontrar os meus,
Tuas mãos buscando as minhas,
Teu sorriso atormentado...

Tormento?
Sim... sim, claro que sim.
Pois alimenta a saudade
Que trago dentro de mim.

Perdi
Cheguei cedo em tua vida, bem sei
E te perdi, tão logo te amei.
Perdi, sem te ter tido, afinal,
Foi só meu este amor tão real.

Tu,  tiveste uma paixão
Que logo se foi, e eu
Te amei com o coração,
Num amor só meu, só meu.

Te perdi,
E tu nem foste meu.
E eu nunca fui tua...
Não se perde
O que jamais foi teu...


  Causo

Dias das Mães no Brejo

Era o dia das mães, lá pelos meados dos anos 60. Ouvi uma conversa engraçada de duas mães, dentro da igreja, na hora da missa. Dona Conceição, mulher corpulenta, mãe de 12 filhos. O mais velho tinha 12, ela ia fazer 13 de casada e o mais novo estava nos braços. Aproveitando o filho de colo, fazia dele escudo, para o padre não ver quem falava.
— Cumade Odete, meus fio acha que devo viver na cosinha.  Me deram tanta panela, aventá, ganhei inté um jogo de cuié. Vige  Maria...
Diz a cumade odete, mãe de 9 filhos.
—  Recrame não muié, os meu mi derun sabonetes, desidorante e tuaia, será que tão no achano fedorenta?
Foi aí que o padre se pois a falar.
— Mães, vocês tem que dá exemplo. Conversando na hora da 
missa, vai mostrar aos seus filhos, que ele podem fazer o mesmo. A hora da missa é sagrada. Façam silêncio.
Odete sussurrou.
—  Cumade Ceiça esse padre tem os zuvido de tuberculoso.  É mió noi ficar calada.

Frase

Ser poeta
          É deixar a nossa caneta deslizar no  papel, tudo que nos vem na alma.

Socorro Beltrão