quarta-feira, 25 de maio de 2016

Entrevista: Suzo Bianco

Suzo Bianco

¨Escrever não pode ser somente colocar palavras no papel. Escrever é uma arte. É uma forma de espalhar conhecimento e formas de pensar. Tudo o que se escreve tem um propósito. Escrever é tornar os sonhos reais, ou seja viajar pelo mundo da imaginação traçando veredas, desvendando mistérios. Ao brincar com as palavras corremos o risco de descobrir quem realmente somos!¨

O nosso entrevistado é Suzo Bianco, nascido em 26 de Outubro de 1978, em Belo Horizonte/MG. Filho de artista plástico recebeu uma educação diferenciada e lúdica desde criança, apresentando desenvoltura para artes em geral. Já em São Paulo, onde viveu desde 1982, estudou e cresceu frequentando museus, 'vernissages' e eventos artísticos com o pai. Porém, embora tenha sido as artes plásticas sua referência, com o tempo demonstrou talento para a literatura, onde na adolescência descobriu sua facilidade em criar histórias, contos e poemas. Hoje é arte-educador no interior de São Paulo, e mantém um blog de poesia e contos.

1-          Quando e como surgiu seu interesse pela leitura e escrita?
Suzo Bianco - Comecei a me interessar realmente na adolescência, quando comecei a mestrar minhas primeiras sessões de RPG.
2-          Quais foram seus livros preferidos quando era criança e os livros favoritos atualmente?
Suzo Bianco - O primeiro livro que me lembro de ter lido e gostado não me recordo o nome – nem do autor – Mas aprendi a gostar de ler com as HQs do Homem Aranha, Demolidor e etc. Hoje em dia prefiro a Literatura Fantástica de qualidade, como Tolkien e Martim.
3 - Quais escritores são suas fontes de inspiração?
Suzo Bianco - Stephen King, Tolkien e Cornwell.
4 - De que forma o conhecimento adquirido, seja pelo senso comum, ou pelo meio acadêmico, ajuda na hora de escrever?
Suzo Bianco - A inspiração é auxiliada pelo conhecimento adquirido no cotidiano, a sabedoria popular e/ou aglutinada dessa forma, já o conhecimento acadêmico faz a lapidação do que é escrito. Contudo, prezo em manter a linguagem mais acessível possível, pois tenho intuito de falar de assuntos delicados de maneira mais leve possível. Por isso a literatura fantástica é minha zona de conforto na literatura.
5- Segundo o escritor Rubem Fonseca, “a leitura, a palavra oral é extremamente polissêmica. Cada leitor lê de uma maneira diferente. Então cada um de nós recria o que está lendo, esta é a vantagem da leitura". É isso mesmo? Concorda com essa proposição?
Suzo Bianco - Imagino que sim. A mente do leitor preenche as lacunas sensitivas que o texto deixa, usando as descrições físicas e psíquicas como um corrimão. No final das contas, o texto é apenas um guia para acessar aquele mundo, tempo ou história que está sendo narrada. Ao menos eu penso assim.
6- Ainda segundo o Escritor Rubem Fonseca: “um escritor tem de ser louco, alfabetizado, imaginativo, motivado e paciente.” É o suficiente para ser um bom escritor?
Suzo Bianco - Como em toda a arte, o que faz o bom escritor é uma boa história. Acredito que qualquer definição ou fórmula é demasiada pretensão, pois como em qualquer arte, seu valor é subjetivo por mais tênue que isso possa significar.
7 - Para qual público se destina sua criação?
Suzo Bianco - Infanto-juvenil, jovens adultos.
8 - Como funciona o seu processo de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Suzo Bianco - Sento e tento escrever qualquer coisa; às vezes isso deslancha e em outros casos não. Dependo do meu humor e disposição. Ainda assim, percebo que são em ocasiões que sinto uma necessidade enorme de falar algo que, no geral, em conversas comuns não sou bem compreendido, e a literatura me dá essa possibilidade; de esmiuçar um ponto de vista que julgo pertinente.
9 - Em geral, os seus personagens são baseados em pessoas que você conhece, ou são ficcionais?
Suzo Bianco - Geralmente as personagens que crio são personificações de algum estado de ser/estar; os sentimentos como: saudade, desilusão, amor, paixão, inocência, infância, perdição, sabedoria, redenção, etc. Ficcionais quase sempre.
10- Você tem outra atividade, além de escrever?
Suzo Bianco - Sou ilustrador e arte-educador.
1 - Você faz parte das Coletâneas Gandavos. Qual a sensação de participar ao lado de escritores de várias regiões do país?
Suzo Bianco - Sim, fiz parte uma vez com texto e duas com a ilustração da capa. Ter o trabalho valorizado por outras pessoas do mesmo ramo, e amantes da arte literária é pra mim, sempre, uma honra.
12 - O financiamento coletivo e a publicação independente têm se mostrado a opção das publicações Gandavos.  Quais são os pontos positivos e negativos desse tipo de publicação?
Suzo Bianco - Não posso opinar. Minhas participações na Gandavos tiveram abordagem diferente devido à natureza do meu trabalho artístico-visual. E não encontrei outras formas mais viáveis, desse modo uma opinião ou comparação da minha parte não seria objetiva.
13 – Você já fez publicação de livros sozinho, seja impresso ou virtual? Quais e como o leitor pode adquiri-los?
Suzo Bianco - Tenho pouca coisa que costumo compartilhar. Mas entre esses trabalhos, todos são gratuitos e on-line. Podem ser encontrados no site: http://suzobianco.wix.com/suzobianco
14 - Qual mensagem você deixaria para autores iniciantes, com base em suas próprias experiências.
Suzo Bianco - Escreva. Mostre o que escreveu. E perceba que você já escreve, não pare mais, e evolua.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Entrevista: Carlos Costa

Carlos Costa


¨Escrever não pode ser somente colocar palavras no papel. Escrever é uma arte. É uma forma de espalhar conhecimento e formas de pensar. Tudo o que se escreve tem um propósito. Escrever é tornar os sonhos reais, ou seja viajar pelo mundo da imaginação traçando veredas, desvendando mistérios. Ao brincar com as palavras corremos o risco de descobrir quem realmente somos!¨

Carlos Costa é jornalista, assistente social, ex-professor universitário de serviço social, aposentado por invalidez desde novembro de 2009, autor de 13 obras. Nascido em Manaus, AM, em fevereiro de 1960. Foi criado na comunidade de Varre-Vento até os 8 anos e retornou para Manaus a fim de continuar seus estudos no grupo Escolar Adalberto Valle, onde começou a escrever no jornal escolar O PIRILAMPO, criado pelos próprios alunos e mimeografado. Era distribuído de graça aos alunos.

1 - Quando e como surgiu seu interesse pela leitura e escrita?
Carlos Costa -  Aos 14 anos, no curso de 1º a 4º série, quando comecei a escrever poesias no jornal mural da Escola O Pirilampo.
2-   Quais foram seus livros preferidos quando era criança e os livros favoritos atualmente?
Carlos Costa -  Lia de tudo na época, de Tio Patinhas, Tarzan, Texas Ranger, Recruta Zero, Zé Carioca à coleção aos livros escritos por Santilana, da espiã Brigith Montefor. Mais tarde, na quinta série, adquiri a coleção dos GRANDES ROMANCES HISTÓRICOS, editado pela Roder’s Digest de uma professora de biologia do Ginásio Dorval Porto, editado pela Rodder’s Diges’t e comecei a ler os clássicos e agora, leio os filósofos.   
3 - Quais escritores são suas fontes de inspiração?
Carlos Costa -  Rubens Braga, Paulo Mendes Campos e as crônicas de Carlos Drumond de Andrade e de Vinicius de Moraes. Em determinado tempo da minha juventude, era conhecido como seguidor e era chamado escritor “rubensbraguiano”
4 - De que forma o conhecimento adquirido, seja pelo senso comum, ou pelo meio acadêmico,  ajuda na hora de escrever?
Carlos Costa -  De todas as formas. A crônica é a colorização de uma foto antiga em preto e branco. Com as palavras certas, nos locais certos, tudo dá uma boa crônica.
5- Segundo o escritor Rubem Fonseca, “a leitura, a palavra oral é extremamente polissêmica. Cada leitor lê de uma maneira diferente. Então cada um de nós recria o que está lendo, esta é a vantagem da leitura". É isso mesmo? Concorda com essa proposição?
Carlos Costa -  O universo do autor se revela quando  escreve, porque escrever é uma arte e os escritores são artistas que pintam com palavras coloridas o que se via em preto e branco. Nenhum escritor cria do nada. A crônica tem a magia de ser atemporal. Ela pode ser lida hoje e se for boa, daqui a 20 anos ela continuará atual. Toda obra literária tem por trás o próprio universo escondido do autor, mesmo em ficções, elas são um pouco de realidade.
6- Ainda segundo o Escritor Rubem Fonseca: “um escritor tem de ser louco, alfabetizado, imaginativo, motivado e paciente.” É o suficiente para ser um bom escritor? 
Carlos Costa -  De sábio e de louco, todo escritor tem um pouco. Mas é preciso saber usar as palavras no tempo certo e não se tornar chato com rodeios desnecessários. Alfabetizado, imaginativo, motivado e paciente são necessários para ser um escritor. Mais a boa palavra escrita de forma correta e com seu sentido exato, mostra a perfeição de um texto de crônica.
7 - Para qual público se destina sua criação?
Carlos Costa -  Todos os públicos. Não tenho um público específico. Muitas vezes escrevo um texto bom para mim, mas o leitor não gosta. Outros, não gosto, mas os leitores gostam. Isso é complicado para mim, até hoje. Embora o blog carloscostajornalismo tenha mais de 300 acessos por dia e um total de 243 mil acessos em três anos, sem qualquer propaganda ou divulgação, não sei para quem escrevo e sinto falta dessa interação com os leitores.
8 - Como funciona o seu processo de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Carlos Costa -  Às vezes tomo remédio para dormir e começo a pensar no que escreverei ao acordar. Às vezes consigo fazer de primeira, outras vezes deixo por terminar e depois o texto. Enfim, não tenho um ritual único para escrever. Sempre escrevo de uma coisa boba porque o importante não é a inspiração é como se coloca no papel a inspiração que se teve.
9 - Em geral, os seus personagens são baseados em pessoas que você conhece, ou são ficcionais?
Carlos Costa -  Já usei muitos nomes de pessoas que conhecia no início de minha carreira, em 1978, quando comecei a escrever crônicas no JORNAL A NOTÍCIA, na coluna domingueira CRÔNICAS DE CARLOS COSTA, ao lado de Chico Anísio e Guido Fidellis. Depois, passei a criar personagens imaginários, mas sempre escrevo o que quero e como quero...Não gosto de escrever contos e em toda minha vida, só escrevi um, mas tenho romances de ficção e realidade publicados no blog carloscostajornalismo.
10 - No seu processo de criação já atravessou alguma crise de falta de inspiração?
Carlos Costa -  Sim, chamo essas crises de “diarréia mental”. Quando estou com ela, nada escrevo. Até porque tenho diarréias constantes devido aos remédios que tomo para fingir que combato as bactérias hospitalares que se apossaram de meu cérebro em 2006, durante cirurgia para tratar de empiema cerebral, para que as bactérias não me matem antes que eu morra.
11 - Você tem outra atividade, além de escrever?
Carlos Costa -  Fui professor de Serviço Social na Faculdade e diretor regional do SEST/SENAT em Manaus, mas estou aposentado por invalidez desde novembro de 2009. Sou formado em comunicação social e serviço social.
12 - Você faz parte das Coletâneas Gandavos. Qual a sensação de participar ao lado de escritores de várias regiões do país?
Carlos Costa -  Desde o primeiro número, sempre participo. O desafio mais difícil que enfrentei foi quando fui desafiado a produzir um Conto e consegui. Mas foi difícil! Muito difícil mesmo. O conto é complicado. A crônica é a descrição colorida de uma imagem que se via em preto e branco, só com a força das palavras.
13 - O financiamento coletivo e a publicação independente têm se mostrado a opção das publicações Gandavos.  Quais são os pontos positivos e negativos desse tipo de publicação?
Carlos Costa -  Só participo hoje na Coleção Gandavos, embora tenha sido solicitado a participar de várias outras Antologias também.
14 – Você já fez publicação de livros sozinho, seja impresso ou virtual? Quais e como o leitor pode adquiri-los?
Carlos Costa -  Hoje, não, mas fiz algumas publicações. Especificamente o livro O HOMEM DA ROSA, lançado em 1978 na Bienal Internacional do Livro, no RJ, era um monólogo e foi transformado em livro e alcançou tanto sucesso que foi indicado ao prêmio Jabuti de 1979. A Editora era pequena e não quis arcar com todos os custos. O livro foi escrito para eu mesmo lê-lo depois e vê-lo em monólogo na voz do ator David Almeida, um dos melhores atores de monólogo de Manaus na época.
15 - Qual mensagem você deixaria para autores iniciantes, com base em suas próprias experiências.
Carlos Costa -  Nunca desistir, participar de concursos, expor seus trabalhos à crítica, melhorar e ler muito.

domingo, 15 de maio de 2016

Entrevista: Willes S. Geaquinto


¨Há quem acredite existir uma diferença entre escrever e ser escritor, porém se alguém tem ideias originais para criar boas histórias, se elas têm o potencial de despertar o interesse das pessoas; o autor desenvolveu a habilidade de prender o leitor em sua narrativa, da primeira palavra até o ponto final. Assim sendo, com certeza é um bom escritor! As palavras são um grande instrumento transmissor de ideias e pensamentos, com poderes de transformar o mundo em um lugar melhor e mais bonito".

O entrevistado desta semana é o escritor Willes S. Geaquinto, natural de Cachoeiro de Itapemirim (ES), é Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional, jornalista, escritor e ambientalista; reside em Varginha no Sul de Minas Gerais há mais de 30 anos.

1-          Quando e como surgiu seu interesse pela leitura e escrita?
Willes S. Geaquinto - Aprendi a ler, entre três anos e meio e quatro anos de idade, com minha mãe adotiva que era semianalfabeta e fez um esforço muito grande para me ensinar o bê-á-bá inicial numa Cartilha Sodré amarelecida pelo tempo. Ao entrar na escola primária aos 6 anos, eu já lia fluentemente. Desde então não parei mais de ler. Costumo dizer que meus pais adotivos e os livros me salvaram; me fizeram ser uma pessoa de bem, persistente  e com muita pretensão de ir além dos limites da mediocridade.  A vontade de escrever veio junto com a leitura, mas só comecei a escrever alguns versos influenciado pelas músicas que ouvia.
2-          Quais foram seus livros preferidos quando era criança e os livros favoritos atualmente?
Willes S. Geaquinto - Prefiro citar autores porque os livros são muitos. Quando criança li os clássicos infantis tipo  gato de botas; os Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, todas as fábulas, foram tantos livros...poderia fazer uma lista quase interminável; gostava de ler a História do Brasil,  livros de geografia as revistas da época tipo Cruzeiro... Hoje leio  mais livros da minha área de atuação que é a comportamental, além de revisitar O Pequeno Príncipe, Saramago, Jorge Amado, Machado de Assis, Erico Veríssimo, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga; e outros autores internacionais como Júlio Cortázar, Gabriel Garcia Márquez,  Jorge Luiz Borges, Eduardo Galeano, além de alguns clássicos gregos e europeus; Já estudei e li muita filosofia também; sou bastante eclético quanto a literatura e música. Li muita revista de quadrinhos também.
3 - Quais escritores são suas fontes de inspiração?
Willes S. Geaquinto - Não tenho um bem definido, embora tenha uma predileção pelo meu conterrâneo Rubem Braga. Creio que, de alguma forma, todos os que li acabam por me influenciar em algum momento, seja quando escrevo sobre assuntos comportamentais ou quando escrevo poemas e contos. Também a música e  o cinema me influenciam; as letras das canções, os diálogos; as histórias e causos que já ouvi. No universo tudo me inspira!
4 - De que forma o conhecimento adquirido, seja pelo senso comum, ou pelo meio acadêmico,  ajuda na hora de escrever?
Willes S. Geaquinto - Embora tenha formação universitária, costumo dizer que sou mais um autodidata na escrita e na vida. Na parte referente à literatura creio que o que me ajuda mais é a imaginação sortida por tudo que li e vivenciei.
5- Segundo o escritor Rubem Fonseca, “a leitura, a palavra oral é extremamente polissêmica. Cada leitor lê de uma maneira diferente. Então cada um de nós recria o que está lendo, esta é a vantagem da leitura". É isso mesmo? Concorda com essa proposição?
Willes S. Geaquinto - Uai, não tem como discordar do Rubem Fonseca, já li alguns livros dele. Ah, lembrei do Fernando Sabino que também já li e gosto muito. Creio que isso acontece principalmente na poesia. Minha ideia (ainda não registrada) é que sempre há o texto, o contexto, o subtexto e o pretexto, então cada leitor faz a sua escolha.
6- Ainda segundo o Escritor Rubem Fonseca: “um escritor tem de ser louco, alfabetizado, imaginativo, motivado e paciente. ” É o suficiente para ser um bom escritor?
Willes S. Geaquinto - É por aí... No Brasil tem que ser resistente e persistente também. Eu com mais de 60 anos ainda sou um novo escritor. Paciência faz parte também. Aqui as editoras só dão espaço para quem já é conhecido – o que não exige criatividade nenhuma; logo se você não é conhecido se bobear permanece assim. Nesse ponto a Internet tem ajudado, apesar da preguiça das pessoas em ler. Às vezes a loucura é um dom! Enfim, creio na ideia de que você deve instituir-se aquilo que quer. Logo, se você quer ser escritor então institua-se escritor!
7 - Para qual público se destina sua criação?
Willes S. Geaquinto - Na área comportamental destina-se a todos os públicos, excetuando-se o infantil. Na área literária propriamente dita, a todas as pessoas que gostam de ler e têm a mente aberta. O país ainda é carente de educação e cultura.
8 - Como funciona o seu processo de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Willes S. Geaquinto - A mania é anotar tudo o que me vem à cabeça em agendas que vivem espalhadas pela casa, inclusive no banheiro. A partir dessas frases, ideias, etc., eu elaboro a escrita, se vai ser um poema ou um conto só vou saber na hora que me ponho a lapidá-las.  Gosto de escrever mais na parte da manhã, a mente está mais aberta à criação.
9 - Em geral, os seus personagens são baseados em pessoas que você conhece, ou são ficcionais?
Willes S. Geaquinto - Alguns personagens dos meus contos são baseados em alguns traços de gente que conheci; a maioria é ficção.
10- Você tem outra atividade, além de escrever?
Willes S. Geaquinto - Sou psicoterapeuta, palestrante motivacional, jornalista autodidata.
11 - Você faz parte das Coletâneas Gandavos. Qual a sensação de participar ao lado de escritores de várias regiões do país?
Willes S. Geaquinto - O sentimento é de regozijo por estar irmanado a pessoas com o ideal comum de transmitir as suas criações e contribuições a cultura de modo geral. Agradeço à amiga Celêdian Assis que me apresentou ao amigo Carlos Lopes e, a partir daí criamos essa familiaridade que faz parte do blog. Sinto me também lisonjeado por estar em tão boa companhia. O Gandavos me serviu de estímulo para retomar a escrita de contos e poesias.
12 - O financiamento coletivo e a publicação independente têm se mostrado a opção das publicações Gandavos.  Quais são os pontos positivos e negativos desse tipo de publicação?
Willes S. Geaquinto - Eu procuro só transitar pela polaridade positiva do universo. Portanto, vejo como positivo a oportunidade de podermos mostrar as nossas criações, de nos inserirmos de alguma forma na cultura do país. Gosto desse papel de nos instituirmos como autores e cidadãos desse país carente, como já disse, de educação e cultura. Como já disse o poeta “quem sabe faz a hora”, não sou dos que esperam acontecer e creio que os amigos do Gandavos, capitaneados pelo amigo Carlos Lopes, também.
13 – Você já fez publicação de livros sozinho, seja impresso ou virtual? Quais e como o leitor pode adquiri-los?
Willes S. Geaquinto - Sozinho são dois livros comportamentais: o primeiro Cidadania, O Direito de Ser Feliz (terceira edição) e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial, lançado no ano passado,  que podem ser adquiridos após contato pelo email willesterapeuta@bol.com.br. Ainda este ano devo lançar um livro de reflexões, um infanto-juvenil e um de poesia.
14 - Qual mensagem você deixaria para autores iniciantes, com base em suas próprias experiências.
Willes S. Geaquinto - Creio que é fundamental ler, escrever, ler, escrever, e continuar lendo, além de muita persistência, autoconfiança e ousadia. Como já disse o poeta espanhol Antonio Machado: “Caminante no hay camino, se hace camino al andar…”

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Entrevista: Denise Coimbra


Denise Coimbra

¨Há quem acredite existir uma diferença entre escrever e ser escritor, porém se alguém tem ideias originais para criar boas histórias, se elas têm o potencial de despertar o interesse das pessoas; o autor desenvolveu a habilidade de prender o leitor em sua narrativa, da primeira palavra até o ponto final. Assim sendo, com certeza é um bom escritor! As palavras são um grande instrumento transmissor de ideias e pensamentos, com poderes de transformar o mundo em um lugar melhor e mais bonito".
Denise Coimbra é a terceira escritora entrevistada. Ela é psicóloga, psicanalista e acompanhante terapêutica. A própria se define: ¨Tenho 50 anos, sou inquieta, às vezes descorçoada, mas profundamente esperançosa de alcançar dias melhores e o futuro!
Mãe de Beatriz, que me descreve como “traça” pela leitura amorosa que faço na biblioteca que tenho em casa, , onde me escondo diariamente. Sou filha de D. Zininha e “Seu”Jair, neta de maestro e músico.
Adoro passear pelo quintal, pedalar pela cidade e arredores e dar no pé para qualquer lugar que der... Mineiríssima, mas com ânsia de mundo e de novos horizontes¨.

1- Quando e como surgiu seu interesse pela leitura e escrita?
Denise Coimbra - Penso que  o interesse pela leitura foi na infância influenciada pelos meus pais e irmãos mais velhos que liam muito e quando podiam me presenteava com livros. Acredito que a leitura sempre fez parte da cultura da minha família, principalmente a paterna.
Já a escrita foi na adolescência a partir das aulas de literatura, influenciada por professores amantes da leitura e obras clássicas ou modernas.
2- Quais foram seus livros preferidos quando era criança e os livros favoritos atualmente?
Denise Coimbra - Reinações de Narizinho e toda a obra de Monteiro Lobato, além dos clássicos como os livros de Hans Christian Anderson, as Fábulas de Esopo, Irmãos Grimm, La Fontaine, Charles Perrault e Lewis Carroll.
Atualmente leio Raduam Nassar, Milton Hatoum, Walter Hugo Mãe, e estou lendo a obra completa de Hilda Hilst e leio sempre Clarice Lispector, principalmente os contos.
3 - Quais escritores são suas fontes de inspiração?
Denise Coimbra - Clarice Lispector, Hilda Hilst, Machado de Assis , Marguerite Duras, Jane Mansfield, Thecov e Balzac.
4 - De que forma o conhecimento adquirido, seja pelo senso comum, ou pelo meio acadêmico,  ajuda na hora de escrever?
Denise Coimbra - Penso que são essenciais pois são elementos, referências, “inputs” para o processo de criação, que é invenção, inversão, ampliação do que se pensa, vive, aprende  ou experimenta. Ou seja, o conhecimento nos permite ampliar, criar novas realidades, ou melhor, “irrealidades.”
5- Segundo o escritor Rubem Fonseca, “a leitura, a palavra oral é extremamente polissêmica. Cada leitor lê de uma maneira diferente. Então cada um de nós recria o que está lendo, esta é a vantagem da leitura". É isso mesmo? Concorda com essa proposição?
Denise Coimbra - Claramente! Adoro quando leitores do meu livro 54, Rua da Alfândega me apresentam sua visão, percepção do que leram e, ao final, eu incrédula pergunto ou reflito: eu não escrevi isso!!! Ou eu escrevi isso???!!!
6- Ainda segundo o Escritor Rubem Fonseca: “um escritor tem de ser louco, alfabetizado, imaginativo, motivado e paciente.” É o suficiente para ser um bom escritor?
Denise Coimbra - Não saberia responder, acho que isso tudo e algo que nós não saberemos nunca, algo como o intangível  mistério da vida e da escrita!
7 - Para qual público se destina sua criação?
Denise Coimbra - Adultos.
 8 - Como funciona o seu processo de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Denise Coimbra - Ás vezes as primeiras idéias surgem a partir de vivências, leituras ou histórias que me são contadas. Daí lanço mão de papel, celular, bloco de notas, guardanapo para não perder o fio que começa a se desenrolar naquele momento.
Normalmente escrevo a noite ou de madrugada e, preciso de muito silêncio e algumas taças de vinho.
9 - Em geral, os seus personagens são baseados em pessoas que você conhece, ou são ficcionais?
Denise Coimbra - Um pouco dos dois, mas na maioria ficcionais. Às vezes, aproveito algum traço, ideia, acontecimento real, mas inverto, amplio e construo uma história bem diferente da realidade.
10- Você tem outra atividade, além de escrever?
Denise Coimbra - Sou psicóloga, psicanalista e acompanhante terapêutica. Além de ser membro da Academia de Letras de Bom Despacho, cidade onde nasci e vivo atualmente.
11 - Você faz parte das Coletâneas Gandavos. Qual a sensação de participar ao lado de escritores de várias regiões do país?
Denise Coimbra - Uma honra e uma alegria muito grande, pois tenho a oportunidade de conhecer outros autores e suas histórias e, com isso ampliar a minha experiência como leitora também.
 12 - O financiamento coletivo e a publicação independente têm se mostrado a opção das publicações Gandavos.  Quais são os pontos positivos e negativos desse tipo de publicação?
Denise Coimbra - Os aspectos positivos: são oportunidades em que o autor tem que se valer dos laços afetivos para sensibilizar a participação de outras pessoas na realização e compartilhamento de um sonho, um projeto  e também exercitar a autonomia nesse sentido, ou seja de ser protagonista daquilo que almeja produzir.
Os aspectos negativos, creio que são os custos e com isso, não ter um alcance de mercado e leitores como os que são produzidos por editoras ou tenham quem os financie. 
13 – Você já fez publicação de livros sozinha, seja impresso ou virtual? Quais e como o leitor pode adquiri-los?
Denise Coimbra - Sim, a impressa. Cheguei a colocar em uma livraria, mas o alcance é muito pequeno. Normalmente eu vendo mais. As pessoas me encomendam e eu envio via correio ou entrego pessoalmente quando a pessoa reside na mesma cidade.
14 - Qual mensagem você deixaria para autores iniciantes, com base em suas próprias experiências.
Denise Coimbra - Escreva, escreva, escreva...