Autor: Geraldinho do Engenho
No natal passado eu
soube de mais uma artimanha para se dar bem, pelos aproveitadores de boca
livre. Ser penetra em velório.
Um elemento desses
vacinados contra o trabalho, e que se considera já filho de nossa terra, embora
não o seja, entrou em meu estabelecimento portando uma sacola decorada com
figuras natalinas, repleta de iguarias.
Puxando assunto eu
disse a ele: você se deu bem, o papai Noel foi generoso com você? Com aquele
seu tradicional sorriso amarelo ele retrucou:
- Papai Noel que
nada, eu conseguir isto foi num velório aprendeu mais uma forma de me dar bem-,
arremate de velório!
-- Velório... Quem é
o falecido?
-- Sei La não
conheço, eu passava defronte ao velório, quando vinha esperar um carona na
saída da cidade,ao ver aquele montão de gente estanha, imaginei que poderia
fazer uma boquinha por lá. Entrei, misturei com o pessoal, lanchei, e acabei
esperando finalizar. Dei uma mãozinha ao pessoal carregando os objetos
utilizados b no funeral. Ai deu pra mim o que sobrou do lanche!
Quem ouviu seu
relato ficou esconjurando.
--Cruz credo eu não
tenho coragem de comer isso sei La se esse morto vem à noite me cobrar!
--Ah quem já viu
morto voltar morreu vai direto para debaixo daquele montão de terra, não sai de
jeito nenhum!
Mas afinal de contas
o que podemos esperar de um ser humano capaz de manter sua mãe morta por mais
de vinte dias amarrada a uma cadeira, tentando mumificá-la com aplicações de
formol?
Esse episódio que
ocorreu com esse elemento, no final de fevereiro e inicio de março de 2009
deixando nossa comunidade aterrorizada. Enclausurado em sua residência ele
passou treze anos sem que ninguém o visse. Só a mãe aprecia em
publico afirmando que ele estava no Rio de Janeiro sua terra natal.
Quando a mãe, que
era nossa cliente, já enfraquecida pelo peso da idade, e portadora de uma
cardiopatia, foi impossibilitada de se locomover para efetuar suas compras, ele
apareceu solicitando-as pelo telefone, exigindo a entrega em seu domicilio.
Estranhei ao receber
seu telefonema, preparei seu pedido e fui pessoalmente entregá-lo, não tive
permissão para entrar na residência, por tanto, não o vi. Ela me recebeu com a
porta ente-aberto, fez o cheque com grande dificuldade. Foi a ultima vez que a
vi. A parir daí, ele, aparecia na porta levava o cheque a ela La dentro, não
permitia ao entregador entrar na sala. Até que passou ele próprio assinar o
cheque uma vez que era conta conjunta. Ninguém percebeu que ela poderia estar
morta. Quando ele viu seu intento em secar o corpo da mãe, frustrado procurou
um agente funerário para providenciar seu sepultamento. A polícia foi acionada
pelo agente e o prendeu.
Surgiram as mais
variadas opiniões para justificar o ocorrido. Seria ele um psicopata-, ou
apenas um psicótico necessitando de tratamento? Na oitiva
policial, ele justificou amar a mãe demasiadamente e não queria perdê-la, mas
na verdade, todas as evidências indicavam o mesmo fator; ele nunca trabalhou e
pretendia manter o corpo da mãe escondido para continuar recebendo seu
beneficio do qual era dependente.
O pai ao saber do falecimento da ex-esposa tentou
resgatá-lo. Embora decepcionado com seu procedimento quisesse o acolher, mas
logo percebeu ser perda de tempo.
Publicação autorizada pelo autor
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