Autor: Gilberto Dantas
Já
tentei falar sobre as inúmeras motivações que temos para escrever.
Cheguei à conclusão, “no frigir dos ovos”, que o simples prazer prevalecia para
que eu escrevesse. Interessante, não sei se já apontei essa fato, mas também é
verdade que certos escritores sofrem ao escrever. Neste caso, se encontrava a
nossa grande escritora, da Academia Brasileira de Letras, Raquel de Queiroz,
autora do “Quinze”, o primeiro e mais famoso romance, com tradução francesa. Vi
e ouvi a própria falando do seu sofrimento, na TV. Uns escrevem para lembrar;
outros ,por incrível que pareça, para esquecer. Existem aqueles que escrevem
para obter autoconhecimento, não sei se conseguem, tenho minhas dúvidas. E
minha dúvida aumentou muito mais, quando um biólogo inglês, considerado o maior
do mundo na biologia, disse enfaticamente: “A biologia ainda desconhece o
homem, por isso ainda é cedo para dar um parecer sobre o ser humano! Meu Deus!
Que coisa, heim? Deixo de lado os psicanalistas, que se deliciam em ver os
motivos mais tenebrosos para os escritores. Decididamente, esta turma da
psicanálise não consegue ver o lado saudável do homem. Ontem, para minha grata
surpresa, pena que só assisti o último minuto de um programa da TV-Sky,
apreciei Ligia Lessa Bastos, dizendo textualmente: “me leia, poeta, não me
deixe morrer. Escrevemos para não morrer, pois sabemos que a vida é curta,
efêmera”. Milton Hatoum, o árabe-amazonense, meu conterrâneo pelo lado
amazonense, diz que escreve para salvar suas histórias da corrosão do tempo, o
que já lembrei na minha crônica anterior sobre o mesmo tema. Há, em muitas
motivações, um desejo oculto de salvação, pelo menos para os mais religiosos.
Mas na verdade, queremos, com a escrita, justificar e manter nossa presença no
mundo. Foi para mim uma revelação a frase de Ligia Lessa Bastos. É isso, agora
sei! Na verdade, já sabia, falo com sinceridade, nada de inconsciente, era bem
consciente, tinha era vergonha de revelar. Estou escrevendo para não ser
esquecido e, como disse a Ligia, para não morrer! Quero prosseguir um pouco
mais além do transitório. É isso, não tenho mais dúvida. E quero escrever com
“estilete”, deixando a minha marca, meu estilo, para aqueles que me são caros,
para os que me conhecem. E assim viverei um pouco mais, deixando o meu retrato
psicológico para os meus descendentes, minhas duas filhas. O escrever, quando
não é patológico, pois tudo na vida pode derivar para a anormalidade, ainda nos
traz benéficos efeitos colaterais, pois também escrevemos para deixar uma
lembrança para alguém; para consolar um amigo ou amiga; para desabafar, para
dar ânimo a uma irmã ou uma filha; para dizer que estamos apaixonados; para
ficarmos mais próximos daqueles que são importantes para nós; para instruir,
para parabenizar, para alegrar e até para pedir. Dizem os meus amigos que
quanto mais se escreve, mais se quer escrever. A experiência de escrever é nova
para mim, o que é velho é o hábito da leitura, pois comecei aos quatro anos e
nunca mais consegui parar de ler. Evidentemente, só escreve quem lê. É o maior
dos prazeres!
Autor: Gilberto Dantas -
Miracema/RJ
Publicação autorizada pelo
autor
COMENTÁRIOS:
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LENAPENA:
Gilberto, boa noite. Creio que o ato de escrever, reuna as mais variadas motivações: Lembrar, aprender, autoconhecimento, até quem sabe esquecer. A escrita sem dúvida promove uma verdadeira catarse em nossos sentimentos. Abre janelas em nossa alma, e expõe o que muitas vezes estava aprisionado nas dobras mais secretas de nossa essência. Adorável leitura, fiz em seu texto. Parabéns, meu amigo.
Gilberto, boa noite. Creio que o ato de escrever, reuna as mais variadas motivações: Lembrar, aprender, autoconhecimento, até quem sabe esquecer. A escrita sem dúvida promove uma verdadeira catarse em nossos sentimentos. Abre janelas em nossa alma, e expõe o que muitas vezes estava aprisionado nas dobras mais secretas de nossa essência. Adorável leitura, fiz em seu texto. Parabéns, meu amigo.
Maria Mineira:
Excelente crônica! Sem sombra de dúvida a leitura é um dos principais meios para que a pessoa construa o seu conhecimento e aprenda a exercer sua cidadania. Também leva quem lê a construir um mundo imaginário, de sonho e fantasia onde tem a chance de exercer sua reflexão crítica e promover o debate de idéias. Levando o indivíduo à leitura da vida, do contexto cultural do lugar onde vive e assim desenvolva seu senso crítico. Parabéns e um abraço aqui da Canastra.
Excelente crônica! Sem sombra de dúvida a leitura é um dos principais meios para que a pessoa construa o seu conhecimento e aprenda a exercer sua cidadania. Também leva quem lê a construir um mundo imaginário, de sonho e fantasia onde tem a chance de exercer sua reflexão crítica e promover o debate de idéias. Levando o indivíduo à leitura da vida, do contexto cultural do lugar onde vive e assim desenvolva seu senso crítico. Parabéns e um abraço aqui da Canastra.
2 comentários:
Gilberto, boa noite. Creio que o ato de escrever, reuna as mais variadas motivações: Lembrar, aprender, autoconhecimento, até quem sabe esquecer. A escrita sem dúvida promove uma verdadeira catarse em nossos sentimentos. Abre janelas em nossa alma, e expõe o que muitas vezes estava aprisionado nas dobras mais secretas de nossa essência. Adorável leitura, fiz em seu texto. Parabéns, meu amigo.
Excelente crônica! Sem sombra de dúvida a leitura é um dos principais meios para que a pessoa construa o seu conhecimento e aprenda a exercer sua cidadania. Também leva quem lê a construir um mundo imaginário, de sonho e fantasia onde tem a chance de exercer sua reflexão crítica e promover o debate de idéias. Levando o indivíduo à leitura da vida, do contexto cultural do lugar onde vive e assim desenvolva seu senso crítico. Parabéns e um abraço aqui da Canastra.
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