Autor: Oliveiros Martins de Oliveira
A primeira vez que a viu foi assim rápido, mas, mesmo assim, em seu íntimo ficou a impressão de ter visto a mulher dos seus sonhos. Será que pelo menos a veria de novo? Por que seu coração estava tão inquieto só de ver um rosto. Bem, pensou. É melhor tratar de esquecer, afinal, o mais provável é que nunca mais a verei. Como estava enganado.
A primeira vez que a viu foi assim rápido, mas, mesmo assim, em seu íntimo ficou a impressão de ter visto a mulher dos seus sonhos. Será que pelo menos a veria de novo? Por que seu coração estava tão inquieto só de ver um rosto. Bem, pensou. É melhor tratar de esquecer, afinal, o mais provável é que nunca mais a verei. Como estava enganado.
Era
sempre um dos primeiros a chegar na sala de aula, porém, naquele dia alguém chegara
primeiro, e para sua surpresa, era ela. Meus Deus, como ela era linda! Ficou
alguns minutos ali parado, diante daquela visão maravilhosa, não conseguia
mover um músculo se quer, seu sistema nervoso entrou em colapso. Só após alguns
segundos que lhe parecera uma eternidade, conseguiu balbuciar um olá.
Olá!
Respondeu ela, abrindo um sorriso que a tornava ainda mais bela, se é que isso
fosse possível, e ele, tentando entabular uma conversa mas não saia nada, e ela
percebendo sua patética reação, apenas continuou sorrindo, o que o deixou ainda
mais encolhido em sua timidez. Foi salvo pela chegada dos outros alunos.
A
partir daquele dia, sentia que tudo
em sua vida havia mudado. Dentro dele nascia uma mistura de medo e felicidade
toda vez que a via, na sala não conseguia mais se concentrar nas aulas,
todos os pensamentos eram direcionados para ela, passou a se comportar de forma
estranha, querendo sempre agradá-la, chegando às vezes a ser inconveniente.
Quantas
e quantas noites sem dormir pensando em uma maneira de abordá-la e dizer o
quanto a amava, quantos versos escrevera declarando seu amor, mas que na hora
rasgava e não entregava, com medo de ser mal compreendido. Quantas vezes ficou
ensaiando palavras bonita para lhe dizer do seu amor, mas, quando a encontrava,
sua mente deletava tudo e não conseguia dizer nada, apenas ficava corado de
vergonha, o que o deixava ainda mais exposto diante de sua amada, que na
crueldade natural da adolescência, percebendo sua timidez, parece que fazia de
tudo para deixa-lo ainda mais encabulado.
O tempo passava, sua angústia continuava, mas, continuava fazendo
de tudo, apenas para ficar perto dela. Ele bem que queria odiá-la, mas não
conseguia, toda vez que ela lhe dirigia um sorriso, quebrava toda sua
resistência, quando seus olhos se cruzavam, por mais rápido que fosse, tudo
desabava ao seu redor, bastava um oi para ele renovar a esperança de um dia conseguir
declarar o seu amor.
Ele sabia, que para ganhar seu amor, era necessário antes de
tudo, vencer seus próprios medos, e aí é que encontrava a maior dificuldade.
Por ser de família humilde, sempre aprendeu que deveria existir uma distância
considerável entre pessoas de classes sociais diferentes, e partindo desse
princípio, ela se tornava quase intocável. Mas, se o amor é impossível, só lhe
restaria tê-la por perto e desfrutar da
sua companhia, mesmo que continuasse a sofrer.
Como
não há mal que dure para sempre e nem paixão que resista ao tempo, a sua durou
até o dia em que ela resolveu entregar seu coração a outro. Como doía seu peito
ao vê-la com outro. E não adiantava chorar, pois seu tempo tinha acabado, sua
vez tinha passado, pois ela nunca soube dos seus reais sentimento e o único
culpado era ele e sua maldita timidez. Só restava agora buscar um novo amor,
essa ferida certamente iria demorar a cicatrizar, mas, a vida tinha que continuar
e ele era jovem, e foi pensando assim, que ele finalmente conseguiu,
tardiamente declarar o seu amor.
No outro dia ela recebeu uns versos, certamente plagiado de algum poeta
que dizia o seguinte “Queria te falar tantas coisas. Queria te falar do meu
amor que muito tempo não é correspondido, queria te falar das minhas noites de
insônia, de minhas lágrimas, do meu sofrimento, da minha dor e da minha paixão.
Mas tudo foi em vão, você não liga, não dá a mínima, mas eu queria te fazer
feliz”.
Autor: Oliveiros Martins de Oliveira - Diamante do Norte/PR
Autor: Oliveiros Martins de Oliveira - Diamante do Norte/PR
4 comentários:
Tambem tive um apaixonado assim na minha adolescencia, mas nem eu nem ele tivemos coragem de fala dessa paixão, SÓ DE OLHARES.cONCEIÇÃO gOMES
Texto muito bom, perfeitamente dentro dos parâmetros do concurso.
Parabéns a quem o produziu.
Alberto Vasconcelos
Ah, o que a timidez traz prejuízo em casos de amor rsrs... Que pena que aqui ele venceu o páreo. Muito bacana, parabéns!
*ela (a timidez) venceu o páreo.
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