segunda-feira, 25 de março de 2013

Lágrimas profundas de um desamor


Autor: Rangel Alves da Costa
 
Deixe-me chorar minha lágrima, padecer meu pranto, entristecer de vez...
Deixe-me assim tão silencioso e rio, tão desalento e mar, tão angustiado e temporal.
Deixe-me com minha tempestade, com minha inundação, com minha insanidade. Raios, trovões, relâmpagos, esse céu que se corta sobre minha cabeça e se torna flecha em meu peito e tudo.
Foi somente uma palavra. Uma só palavra. Uma palavra. Palavra para dizer adeus. E disse adeus com borracha, com tinta fresca, com tapume, com outra cor sobre tudo.
Simplesmente disse adeus como se mil anos de nossas vidas fosse apenas um muro que se apaga num gesto o que há tanto tempo estava escrito.
E na palavra a borracha, a tinta fresca, o tapume, uma cor sobre tudo...
Disse adeus e depois a porta, depois a rua, depois a esquina, depois a sombra, depois o nada. E o que ficou para trás ficou para trás.
Os passos não alcançam aos que caminham sem volta. E não merece busca quem escolhe seguir adiante sem a mão que lhe ajudaria a caminhar.
A sombra que virou a esquina e o mundo construído que se perdeu, que foi embora, não restarão senão como espaço vazio em quem ficou. Em mim.
Mas eis a visão da sombra na sombra do quarto vazio, ao lado do corpo vazio, escorrendo pelo olho de rio, imenso caos no olhar que se perde em nuvens.
Se tudo fosse diferente e de repente a vida no lugar do vazio, da solidão, do medo, da eternidade que se anuncia. E tudo é diferente, e de repente o nada, o vazio, o caos...
O grito não quis gritar por medo de ser ouvido e o olhar se voltar apenas para confirmar o adeus. A boca não quis falar porque já não existia. Não podia mais.
Somente um desamor assim para tudo ser vento, folha de outono, restos que voam no ar. Está adiante e já não está, e o olho se perde querendo achar.
Ah, você diria que eu não deveria amar assim. Você diria que eu não deveria chorar assim. Você diria que eu não deveria sofrer assim. Você diria tudo. Mas você não seria capaz de sentir o amor que sinto.
Grande honra reconhecer o amor, reconhecer que ama, reconhecer a falta que faz. As casas desabam porque há feridas nas estruturas, e não porque o vento soprou nos seus lados.
O amor se completa em si mesmo, é tudo, é mais. Não será verdadeiro aquele amor somente na presença do outro. E por ser tudo, será ainda amor mesmo que o outro não deseje mais amar.
O vento sopra a fogueira, apaga a chama, mas deixa a brasa; a correnteza leva o manto da areia, mas deixa a semente plantada; a cortina esvoaçada cortando o silêncio, porém a mudez permanece; o amor desama em um, mas no outro metade desse amor permanece.
E o outro sou eu, permanecendo no amor. E pouco importa se apenas sou parte, se sou apenas o verso do espelho, se sou a metade escondida, se sou o pouco que resta. Mas tudo uma parte e parte de tudo que já não é mais.
Não é mais o amor na parte que foi, que saiu, que disse adeus, que virou sombra, que dobrou a esquina, que sumiu. Mas na outra parte, a parte que sou, permanece o amor inteiro, completo, absoluto.
E não me diga do erro de amar assim. Fingir o amor quando tudo acaba é a covardia dos apaixonados que não sabem amar. Não sou assim. Se amo com amor assim permaneço amando, ainda que nunca mais a outra parte perdida.
E se amo assim, dou-me o direito de expressar a saudade, a angústia, a aflição, a tristeza, o sofrimento, tudo, da maneira mais honesta que alguém possa ser consigo mesmo: chorando sem medo e sem culpa. Apenas chorando.
Então me deixe assim tão tristonho e rio, tão sentimental e mar, tão angustiado e temporal.
Deixe-me com minha tempestade, com minha inundação, com minha insanidade. Raios, trovões, relâmpagos, esse céu que se corta sobre minha cabeça e se torna flecha em meu peito e tudo.
Deixe-me assim. Deixe-me ficar assim. Seria mentira não estar assim.


Autor: Rangel Alves da Costa - Aracaju/SE
Poeta e cronista
Publicação autorizada pelo autor

quarta-feira, 20 de março de 2013

O internato

Autora: Ana Bailune
 
Ano: 1933. A menina segurava a mão do pai às portas do colégio interno, implorando-lhe:
 
-Pai, não me deixe aqui! Eu quero ir para casa com você!
 
O pai, pesaroso, respondeu:
 
-Mas eu não posso tomar conta de você, filha! Desde que sua mãe morreu, tem sido muito difícil para mim. Mas olha, aqui você será bem tratada. Não será como nas outras casas, e eu prometo que venho sempre visitá-la. Você vai ficar bem, e terá uma porção de amiguinhas para brincar com você.
 
A menina chorou, e chorou mais ainda quando, de mãos dadas com Irmã Malvina, viu o pai afastar-se e sair pelo portão do colégio. Irmã Malvina levou-a para o dormitório e apresentou-a às outras meninas. Logo, ela fez uma boa amiga, uma menina negra com quem as outras meninas não brincavam. A menina pegou-a pela mão, dizendo:
 
-Você vai ver, aqui não é tão ruim. Temos uns gatos no porão, e temos a horta, que a gente pode ajudar a cuidar, e tem também teatrinho no Dia das Mães. Você gosta de teatrinho?
 
Ao ouvir a palavra 'mãe,' a menina entristeceu-se:
 
-Eu não tenho mãe.
 
A colega consolou-a:
 
-Muitas aqui não tem. Eu tenho mãe, mas ela mora em outra cidade, trabalha em casa de família,e nem sempre pode vir visitar-me. Aquela ali, a Neusa, não tem mãe nem pai. Viu? Não fique triste!
 
E puxando-a pela mão, levou-a até o porão, para conhecer os gatos.
 
Na manhã seguinte, às cinco e trinta, elas foram despertadas pelo sinal da escola, enquanto Irmã Dulcina entrou no dormitório, anunciando:
 
-Ponham seus camisolões de banho, meninas!
 
-As garotas ainda sonolentas, vestiram seus camisolões de banho. Já no banheiro, a menina perguntou:
 
-Por que a gente tem que tomar banho de roupa?
 
-Porque é pecado ficar nua na frente dos outros, ora!
 
A menina aguardou, até que chegasse sua vez de usar um dos chuveiros, e teve um choque ao constatar que a água que saía deles era gelada! Imaginem só, tomar banho às cinco e trinta da manhã, no inverno, de camisolão e água gelada! Mas com o tempo, ela acabaria se acostumando, embora jamais viesse a gostar.
 
As aulas começavam pontualmente às sete, e iam até o meio-dia. Depois, elas iam almoçar no enorme refeitório. Cada menina tinha direito a apenas um prato raso de comida, e ninguém podia repetir. À tarde, tinham aulas de datilografia e trabalhos manuais. Às três, era servido um lanche que constava de uma caneca de café preto bem ralo e um pedaço de pão; quando tinham sorte, ganhavam também uma banana ou laranja. Nos finais de semana, cada menina tinha direito a um pedaço de goiabada.
 
Às cinco da tarde, jantavam, e só voltariam a comer novamente, na manhã seguinte.
 
A maioria das freiras eram rígidas. Algumas delas, eram até mesmo cruéis, como Irmã Malvina. Se alguma menina a desobedecesse, ou fizesse algo que ela não aprovava, ia para a frente da sala de aula e tomava 'bolos:' com uma palmatória, Irmã Malvina batia várias vezes na palma da mão da menina considerada 'travessa' ou 'preguiçosa.'
 
Havia também os sermões, onde as freiras ensinavam o que era e o que não era pecado - mas a primeira lista era sempre infinitamente maior que a segunda. Tinham que tomar muito cuidado, pois Deus via tudo, até mesmo, o que elas faziam no banheiro quando pensavam que estavam sozinhas. Deus era um punidor implacável, que todas deveriam respeitar e temer muito!
 
Havia missas aos domingos, e elas tinham que estar de pé bem cedo e colocar seus uniformes de gala. Era uma ocasião feliz, pois podiam assistir aos sermões do Padre Pedro, que era jovem e muito bonito. Mas... até mesmo aquele pensamento era pecaminoso, e quando ela disse à uma das amigas que achava o Padre bonito, Irmã Malvina, que ia passando, a ouviu. Puniu-a com cinco 'bolos' na mão, dizendo que toda vez que tivessem pensamentos como aquele - segundo uma das freiras - deveriam rezar, ajoelhadas sobre o milho, dez Padre Nossos e Dez Ave-Marias! Ela não conseguia entender por que achar alguém bonito era pecado.
 
As visitas eram a cada quinze dias, e seu pai sempre ia visitá-la. Algumas meninas nunca recebiam visitas. A menina tinha que dividir os doces que o pai levava com algumas de suas coleguinhas, por ordem das Irmãs, e muitas vezes, quando não dava tempo de esconder algum doce, ficava quase sem nada.
 
Ela sempre perguntava ao pai quando a levaria embora com ele. Mal sabia que teria de viver ali até completar dezoito anos!
 
Certa vez, ela riu de uma brincadeira que uma das colegas tinha feito durante uma aula de gramática. Foi apenas um riso abafado, acompanhado pelo riso de outras meninas, mas Irmã Malvina calhou de estar olhando logo para ela! Chamou-a à frente da classe, e depois de puni-la com dez 'bolos,' olhou-a bem dentro dos olhos e esbravejou:
 
-Você está aqui porque lá fora, ninguém mais a quis. Trate de comportar-se, ou irá direto para o inferno quando morrer!
 
Aquela frase ficaria marcada em sua memória e em seu coração enquanto a menina vivesse: Ninguém mais a quis!' E durante toda a sua vida, ela nunca conseguiria acreditar que era amada.


Autora: Anabailune - Petrópolis/RJ

Blog da autora: http://ana-bailune.blogspot.com.br/

Blog: Ana Bailune - Liberdade de Expressão
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domingo, 10 de março de 2013

Missão mulher X adversidades

Autora: Celêdian Assis de Sousa
 
Março de 2010 - Eis que estamos a comemorar o Dia Internacional da Mulher e merecidamente comemoremos com todas as pompas. Em um ano inteiro dedica-se apenas um dia às mulheres e não poderia ser diferente, visto que não são atribuídos a outros fatos, mais de um dia comemorativo. Contudo, faria-nos melhor justiça lembrar-nos com maior frequência, a fim de despertar a consciência, do quanto ainda são as mulheres vitimadas pelos vários tipos de violência, sabidamente, a violência de caráter psicológico, física e sexual, em geral camufladas, por medo da intimidação.

Há muito o que comemorar, principalmente os dons especiais e que só cabem a uma mulher, que a nós foram concedidos pelo Criador. Muitos avanços foram conquistados ao longo da história e que felizmente, permitiram à mulher uma inserção mais efetiva na construção da história da humanidade. Todavia cumpre lembrar que ainda há resquícios de exclusão da mulher, do poder no mundo, ou da sua discriminação no mercado de trabalho, ou do preconceito implícito nas propagandas, além da coerção explícita para que a mulher se submeta a falsos padrões de beleza, impiedosamente impostos pela mídia, roubando-lhe a identidade e a saúde.

À memória recorre-me a mais grave de todas as opressões, o abuso sexual e outros abusos em nome de ordens diversas. Fatos horripilantes ocorridos recentemente, cujas vítimas foram mulheres e o pior, algumas delas ainda meninas, enojam-me.

No último ano assistimos em manchetes deprimentes tais como, o caso de uma menina de nove anos, de Recife que foi estuprada pelo padrasto. Ficou grávida de gêmeos. Os médicos ao constatarem risco de vida para a menina, optaram pela retirada dos fetos. O fato teve enorme repercussão, principalmente pela decisão de um Arcebispo, a de excomungar tanto os médicos que interromperam a gravidez, quanto os pais da criança que permitiram o aborto e no entanto preservando o padrasto, autor do crime.

Assistimos exaustivamente as cenas do sofrimento da adolescente Eloá, assassinada pelo ex-namorado e também da amiga adolescente, persuadida a intervir e passando por horas de horror. O assassino embora tenha sido preso, contou com a benevolência da opinião de alguns, que o consideraram apenas um rapaz em crise amorosa.

Outra menina de 13 anos, que vinha sofrendo violência sexual, ficando grávida do próprio pai, optou posteriormente por ter o filho. Quantos outros abusos acontecem sem a mesma repercussão na mídia e que jamais tomaremos conhecimento. Meninas que não não chegarão a ser mulheres adultas, meninas que trocam suas bonecas por um bebê de verdade, meninas que levarão para sempre o trauma da violência. Entristece-me tanto. “Mas a frequência, a crueldade, a persistência dos ataques às meninas mostram que o crime é parte de um outro fenômeno mais antigo: o da violência contra mulheres de qualquer idade.” (Por Mirían Leitão).

Nos últimos dias convivemos em Belo Horizonte com o pavor de nos tornarmos mais uma vítima do “serial killer”, de deixarmos nossas filhas sairem de casa, até mesmo para a escola. O monstro, um rapaz ainda jovem, pai de 5 filhos, estuprava, matava e roubava as vítimas. Está preso, mas quem restituirá a vida àquelas moças e aplacará a tristeza das famílias? A televisão mostrou a poucos dias, sem nenhum escrúpulo, as cenas do assassinato de uma mulher em seu local de trabalho, pelo ex-marido que já vinha ameaçando-a, cujas ameaças a polícia já tinha conhecimento, por denúncias da própria mulher.

Todas estas mulheres vítimas da violência representam a minha e a sua indignação. Causa-me asco saber da existência de seres adultos, que antes deveriam ser humanos, investirem-se de sua porção irracional e servirem-se da inocência de uma criança. Grande também é a repulsa de saber que os seres supostamente racionais, deliberem a despeito de suas crenças, sobre o destino de outros. Os valores que faltaram, ao padrasto da menina, ao Arcebispo, aos estupradores, aos rapazes que mataram “em nome do amor” e tantos outros que cometem crimes da mesma ordem contra mulheres, são valores morais e espirituais.

Aqueles, cuja marca de identidade é o desrespeito sem limites pelos valores da vida sua e de outrem, independem de origem e dependem incontestavelmente de suas mentes insanas e de sua podres índoles, injustificáveis sob a ótica de que todo ser humano tem livre arbrítrio e que suas escolhas são de sua inteira responsabilidade. Não implica porém, que ele seja daqui ou acolá, que seja vermelho, branco, amarelo ou de qualquer outra cor, implica tão somente que a sua escolha errônea é fruto da irresponsabilidade e do limitado conhecimento das leis que regem a vida, também as leis de fato e de direito.

Queremos todas comemorar o nosso dia, em todos os dias de nossas vidas, em paz e com a esperança de que ainda há chance do ser humano despir-se de seu lado irracional e vestir-se de consciência.
Este protesto é a minha homenagem a estas mulheres e meninas, vítimas de atrocidades e a todas nós que continuaremos, apesar das adversidades, a ostentar orgulhosamente a nossa missão maior de SER MULHER.

Abraço-as todas, com todo o meu carinho.

"Este texto foi escrito em 2010, mas continua atual (infelizmente), mudam apenas os personagens."


Autora: Celêdian Assis - Belo Horizonte/MG

http://sutilezasdaalmaemente.blogspot.com/
Publicação autorizada pela autora


sexta-feira, 1 de março de 2013

O talento de um gandavo


Artista/escritor: Jorge Remígio de Farias
 

                  Na condição de colaboradora do Blog Gândavos, hoje entreguei nas mãos do escritor Jorge Farias Remígio, o livro Gandavos – Contando outras histórias. Ele é um dos dezenove autores da coletânea que reúne autores de várias regiões do país. O escritor também é um artesão de talento invejável. Ele confecciona chapéus carnavalescos, feitos artesanalmente, entre outras manifestações culturais da região Nordeste. Jorge participa no Recife (cidade onde estudou e concluiu o seu curso superior) da feira de Artesanato da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). 

                  A Feira, no bairro da Boa Vista, fica aberta das 8h às 18h, nos dias 24, 25 e 26/04/2013. A feirinha conta com 18 artesãos e é o resultado da parceria entre o Prodarte, Unicap e a Associação das Mulheres Produtoras dos Bairros de Santo Amaro e Boa Vista. Jorge Remigio relatou - num breve dialogo -, sobre sua iniciação com o artesanato, quando ainda era um policial civil. Disse que, ao visualizar a mesmice em modelos clássicos de chapéus de palha, de repente teve a ideia de torná-los personalizados. Daí passou a customiza-los a ponto de chegar ao atual modelo. E assim, no decorrer do tempo foi inserindo outros tratamentos a sua arte, sempre atento as sugestões de amigos e clientes. Ele ainda contou que, leva em média de 4 a 5 dias para concluir um trabalho, já que se preocupa com a geometria mínima na qual envolve cada detalhe de seu trabalho. A ideia de utilizar este hobby como profissão veio com a aproximação da chegada de sua aposentadoria. E assim, hoje seu trabalho é tido como de notável talento e utilizado por artistas e políticos da região ou de nível nacional.
 
 
 
Página do artista:


Texto/fotos: Patrícia Celeste Lopes Jesuino

Paineiras





Autora: Maria Mineira
 


         Quase centenária, a paineira era a árvore mais bonita daquele lugar. Dava muita sombra e na época certa, suas folhas caíam todas, cedendo espaço a muitas flores. De longe se avistava o rosa vivo no meio do mato verde ali perto da cachoeira do Cerradão. As flores depois de algum tempo davam lugar aos frutos que eram grandes e ficavam ali nos galhos até amadurecerem. Depois se abriam ao vento formando um tapete branco aos seus pés. A paina que caía era usada para o preenchimento de travesseiros e ninhos dos pássaros.
Eu amava aquela árvore. Sua imagem florida ficou gravada no meu coração, mesmo quando ela desapareceu. Ainda me lembro do quanto foi útil, generosa, enfeitando com suas flores aquele pedaço de chão.
As paineiras têm espinhos que depois de alguns anos começam a cair na parte baixa do caule. Isto permite à árvore receber ninhos de pássaros, o que seria impossível de acontecer quando esta tinha espinhos longos e pontiagudos; mesmo quando as flores e frutos já não estão presentes, a árvore continua a dar sua contribuição à natureza.
Comparo a vida da gente com o ciclo de uma paineira. Não adianta querermos os frutos antes da florada ou viver sem os espinhos. Tudo vem na hora certa. O que altera a rotina de uma árvore fica por conta do vento, das chuvas e até das abelhas. O homem até pode destruir cortando, assim como fizeram com minha paineira, porém ela sobreviveu através de suas sementes.
Desejaria ser como ela, suportar tempestades, invasões de insetos e a agressividade das pessoas, sem deixar de ser fiel aos meus objetivos. Devo lutar para não ser uma árvore qualquer e sim uma paineira, aprender a lidar com meus espinhos para ser o mais florida  possível.
 
Autora: Maria Mineira - São Roque de Minas/MG
Ilustração: Edmar Sales

Página da autora:

       http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=86838

  Publicação autorizada pela autora


Comentário de Jussara Burgos

Para mim é um motivo de alegria cada vez que abro um livro. É um universo que se descortina diante dos meus olhos. Vejo que é um momento de cumplicidade entre o escritor e o leitor. Quem escreve se deixa conhecer, deixa transparecer sua essência, oferecendo muitas vezes o que tem de melhor.
Essa semana recebi o livro “Gandavos Contando outras histórias.” Leio atentamente cada conto,  as vezes me emociono  ou caio na gargalhada. Analiso o contexto de cada conto. Uma cena tão simples como tirar um retrato, cria corpo e se transforma em uma deliciosa aventura. Gosto da clareza e elegância do irmão sertanejo Carlos Lopes. Vejo que ele está cada vez mais maduro na arte de escrever. É muito bom percorrer o querido sertão nas palavras e enredos de Jorge Remígio, Zé Melo, Fernando José, José Carneiro, Sevy Oliveira e Augusto Sampaio Angelim.  Sou fã de carteirinha de Jailson Vital que escreve textos impregnados de poesia. Também gosto do jeito dos mineiros tão arraigados a sua cultura. Quero parabenizar a todos os participantes por esse trabalho, principalmente a você Carlinhos que teve o trabalho de coordenar essa obra. Grata.




Helena Jussara Pereira Burgos Monteiro - Luziânia/GO
Ilustração de: Edmar Sales - Custódia/PE
 
Visite o blog Custódia.

Aí está nosso segundo filho

 
 
 
 
Livro: Gandavos - Contando outras histórias
 
São os pais da criança (autores): Carlos A.Lopes, Maria Mineira, Geraldinho do Engenho, Ana Soares, Celêdian Assis de Sousa, Augusto Sampaio Angelim, Carlos Costa, JCarneiro, Fernando José Carneiro de Souza, Rangel Alves da Costa, Jorge Farias Remígio, Maria Olimpia Alves de Melo, José Soares de Melo, Fábio Ribas, Ana Bailune, Sevy Oliveira, Marina Alves, Jussara Burgos e Jailson Vital. Ilustrações: Edmar Sales.
 
Comentários:


Viva! Estou muito feliz! Nem sei o que dizer... Quando a gente fica assim as palavras somem. Muita coisa importante falta nome.

Maria Mineira

Feliz pelo nascimento de nosso segundo filho e ansiosa por tê-lo nas mãos. Sabemos que este tipo de "parto" e o tempo de "gestação" é árduo e demanda muito carinho e atenção, entretanto, a sensação de vê-lo nascer é extremamente gratificante.
Obrigada Carlos, por prestar-se a gerir projetos como este. Aproveito para parabenizar todos os autores e principalmente você, deixando-lhes um abraço carinhoso e votos de sucesso para cada um de vocês.

Celêdan Assis

 
Olá, Carlos. Felicíssima por ter participado, parabenizo-o pela sua dedicada paixão pela literatura. Aguardo o meu, e boa sorte para todos nós! Parabéns a todos os participantes!
Ana Bailune
Sei bem que sensação é essa! Dá vontade de rir à toa, chorar, mostrar pra todo mundo. Estou feliz que "nossa obra" esteja vindo à luz, eternizando o importante trabalho de cada um que se dispôs a participar deste belo projeto. Eu, de minha parte, estou ansiosa para me deleitar com a leitura do livro que, tenho certeza, será muito prazerosa. Parabéns, Carlos, por essa iniciativa maravilhosa, que sei também, demanda um trabalho de muito empenho e extrema dedicação. Sucesso para nosso livro!
Abraço da Marina Alves.
Va com Deus meu amigo, bom fim de semana, tenha um bom descanço e faça bom provreito em sua terra natal.Com certeza. Deus com toda sua oniprotencia ao criar o mundo olhou com muito carinho esta terra que o viu nascer, e fez brotar dela seu coração ouro, e sentiu que era bom delegar a tu esta capacidade de reunir amigos do norte ao sul do noso imenso Brasil formando uma verdadeira familia batizada com o nome de Gandavos!
Geraldinho do Engenho

Não vejo a hora de receber os meus exemplares para me deleitar com as novas e excepcionais criações literárias de todos os companheiros que também participam da obra, mas o pai de todos é você, companheiro e amigo Carlos Lopes. Eu me considero apenas um coadjuvante no processo, pois o ator principal é o companheiro. Sou apenas um figurante em sua criação. Parabéns, companheiro.

Um abraço, Carlos Costa


Fico sempre muito feliz em ser convidado e poder participar de suas criações amigo Carlos Lopes pois na sua primeira criação, se eu não lesse os nomes dos autores no início das páginas, diria até que todos os textos teriam sido escritos por uma única pessoa, tal a escolha perfeita de todos os textos. Sempre que poder, participarei de todas as suas publicações, pois acredito muito em seu projeto compartilhado e perfeito.

Um abraço, Carlos Costa

Estou feliz da vida! Parabéns a todos nós! Me sinto como uma criança, ansiosa pela chegada de uma viagem ou um brinquedo dos "sonhos"...

 Abraços Ana Soares
 
Este é o trabalho literário de um cidadão com o pensamento voltado para a cultura de nossa terra, que num esforço espontâneo, e sem nenhum interesse financeiro se propôs a reunir escritores de todas as regiões do nosso imenso país mostrando a diversificação cultural existente em cada uma delas. Assim nasceu o 2º livro de antologia na família Gandavos (Contando Outras Historias) Filho adotivo deste nobre Escritor pernambucano Carlos Lopes servidor publico radicado em Recife, Um gesto de patriotismo dando oportunidade a muitos que sonhavam em ver seus escritos publicados em um livro, mas esbarravam nas barreiras que impossibilita uma publicação...Obrigado amigo Carlos Lopes por seu gesto de cidadania nos acolhendo em seu circulo de amizade irmanados no mesmo objetivo literário.
Geraldinho do Engenho
 
Obrigado a você, amigo Geraldo; também a todos os demais escritores, os quais considero amigos. Geraldo, não sei se mereco tantas palavras bonitas e gentis de sua parte; porém devo lhe dizer que é uma coisa que gosto de fazer e este é o meu momento. Por muito tempo quis publicar e não tive a oportunidade, portanto: MEU TEMPO É HOJE, como disse nosso querido Vinícius de Moraes. No entanto sou apenas um sujeito que escreve ¨bonzinho¨ a quem foi dado a graça divina de receber a confiança de tanta gente famosa ou não, porém que escrevem bem demais. E o danado é que escrevia pior. Foi graças ao convivio com estes autores do livro que passei a me vigiar e hoje em alguns instantes até fico metido a escritor. Pode? Devo muito a Celêdian Assis e minha sobrinha Patricia Celeste. Enfim, tenho feito bem meus exercícios e escrever requer duas coisas básicas: exercitar e confiança. Portanto, eu é que agradeço a todos vocês. Meu mérito é a coordenação do projeto, porém a comida e os temperos vem dos autores... repito, confiam em mim. E se confiam em mim, vou ter medo de quem? - ¨Simbora home, vamo fazê mais livros, ôxe!!!¨

Carlos A. Lopes