domingo, 28 de janeiro de 2018
Entrevista: Marina Alves
Marina Alves
MARINA
ALVES GONTIJO é natural de Lagoa da Prata-MG. Escritora, poetisa, autora dos
livros Sombras e Assombrações
(contos- 2007); Á Roda da Fogueira (contos)
e Vozes do Coração (poesia), os dois
últimos, ainda inéditos. Em preparação também para publicação Fala, Marina (crônicas). É formada em
Pedagogia; pós-graduada em Psicopedagogia; colunista do jornal INFORMAÇÃO,
desde 2001, onde escreve mensalmente. Conta com trabalhos publicados na revista
AMAE Educando, em coletâneas, antologias, jornais locais, blogs e sites
especializados em Literatura. Premiada por quatro vezes em concursos
literários, sendo dois promovidos por jornais locais, e dois, realizados em
nível nacional pelo Blog Gândavos. Mantém uma escrivaninha no site de
Literatura Recanto das Letras, onde escreve, desde 2009, diversificados
gêneros. Contemplada pelo Ministério da Cultura, em 2013, com a seleção do
projeto Vivendo Histórias — Contando
Causos, desenvolvido, a partir do livro de sua autoria Sombras e Assombrações. Ingressou na ACADELP- Academia
Lagopratense de Letras, em 19 de março de 2004, onde ocupa a cadeira nº 13, e
tem por patrono, Rubem Alves.
Entrevista
1-
Quando e como surgiu seu interesse
pela leitura e escrita?
Muito cedo. Assim que tive contato com as primeiras letras, já fui encantada
por elas. Aprendi a ler com “Os Três Porquinhos”, livro que nos era dado por
partes e a espera da próxima página era como esperar por uma grande aventura.
2-
Quais
foram seus livros preferidos quando era criança e os livros favoritos atualmente?
Os livros de Monteiro Lobato e suas histórias fantásticas, e os demais
clássicos Infantis. Jamais vou me esquecer também do livro “As mais Belas
Histórias” de Lúcia Casasanta, que trazia na capa, Rapunzel no alto da torre
com sua trança maravilhosa. Pela vida afora, aos poucos fui descobrindo os
grandes autores, da Literatura Estrangeira e Brasileira, cada um com seu encanto, e não conseguiria nomeá-los aqui.
3 - Quais escritores são suas fontes de inspiração?
Todos os que me marcam de alguma forma, entram sorrateiros pelas minhas Letras.
E na maioria das vezes nem percebo. Isso é sensacional.
4 - De que forma o conhecimento adquirido, seja pelo senso comum, ou pelo
meio acadêmico, ajuda na hora de escrever?
O que a gente lê (aprende e apreende) fica guardado de alguma forma, em algum
cantinho que funciona como um arquivo. Basta soprar o vento mágico da inspiração para
trazer à tona o que em algum momento foi guardado. Aí é deixar fluir... E bem
rápido, antes que o vento se vá e leve tudo embora. Isso vale tanto para o
conhecimento do senso comum quanto para o acadêmico. Mas é importante que esse
arquivo seja sempre atualizado.
5- Segundo o escritor Rubem Fonseca, “a leitura,
a palavra oral é extremamente polissêmica. Cada leitor lê de uma maneira
diferente. Então cada um de nós recria o que está lendo, esta é a vantagem da
leitura". É isso mesmo? Concorda com essa proposição?
Concordo. E são essas várias e diferentes leituras, as múltiplas
interpretações que dão um encantamento especial ao ato de escrever para alguém
ler. Daí, não concordo com o tradicional “O que o autor quis dizer com...?”, presente
nas provas e concursos.
6- Ainda segundo o Escritor Rubem Fonseca: “um
escritor tem de ser louco, alfabetizado, imaginativo, motivado e paciente.” É o
suficiente para ser um bom escritor?
Tudo isso e o principal: paixão.
7 - Para qual público se destina sua criação?
Para todas as idades. O que escrevo depende muito do meu momento de
criação. E estes momentos refletem várias faces e idades em mim. (às vezes, eu
tenho oito anos, às vezes, oitenta, ou mais de cem...)
8 - Como funciona o seu processo
de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Sou adepta do lápis e papelzinho sempre por perto. Já parei muitas vezes, nas ruas e nos lugares
mais estranhos pra rabiscar ideias. A madrugada também é grande fonte, com
insônia e tempestade cerebral que não tem hora: Papel e caneta à cabeceira,
sempre. (já compus algumas coisas até durante o sono). Quando as ideias vêm,
não me faço de rogada. Se der moleza, elas somem no ar... e aí, adeus!
9 - Em geral, os seus personagens são baseados em pessoas que você conhece,
ou são ficcionais?
Um pouco
de tudo. Mas juro que em cada ficcional há sempre alguém real. Isso é genial.
Ter a chance de falar sobre as pessoas, sem que elas sequer suspeitem.
(principalmente nas muitas crônicas que escrevo e que pretendo publicar em livro). Já escrevi
sobre muita gente que sequer desconfia que está nas minhas letras. E muitas
vezes, até comenta sem saber que foi fonte inspiradora. Eu me divirto com isso.
10- Você tem outra atividade, além de escrever?
Trabalho
na área de Educação, outra paixão. Atualmente sou Pedagoga na Educação
Infantil.
11 - Você faz parte das Coletâneas Gandavos. Qual a sensação de
participar ao lado de escritores de várias regiões do país?
Muito gratificante. Sensacional, poder conhecer, trocar experiências literárias com tantos talentos brasileiros aproximados e
reunidos pelo Blog.
12 - O financiamento coletivo e a
publicação independente têm se mostrado a opção das publicações Gandavos. Quais são os pontos positivos e negativos
desse tipo de publicação?
Pontos positivos: Oportunidade de divulgar o próprio trabalho e conhecer
outros trabalhos.
Pontos Negativos: o custo envolvido visto que publicar com recursos
próprios implica em ônus para o escritor, que depois encontra dificuldade com a
distribuição do livro, e retorno para os custos envolvidos.
13 – Você já fez publicação de livros sozinho (a), seja impresso ou
virtual? Quais e como o leitor pode adquiri-los?
Sim. Em publicação de livro físico, tenho “Sombras e Assombrações”. Na
modalidade virtual, duas publicações, Ebooks, organizados por Helena Frenzel, a
quem reitero cumprimentos e
agradecimentos por seu belo trabalho nesta área.
14 - Qual mensagem você deixaria para autores iniciantes, com base em
suas próprias experiências.
Para ser um escritor é preciso, antes de qualquer coisa ser um bom
leitor. Então leia, leia e leia bons autores, deixe que eles tomem conta de
você e impregnem suas letras. Construa seu estilo próprio, sua identidade
literária, mas jamais abandone os livros. Também não deixe de estudar a Língua
Portuguesa, aproveite as tecnologias como ferramentas de suporte e pesquise, se
informe, busque fontes, se aprimorando sempre, tendo em vista que um escritor
sempre está em construção. Por fim, seja um observador da vida, das pessoas,
preste atenção aos seus detalhes e transforme suas emoções em palavras.
Certamente você terá uma fonte inesgotável de inspiração para falar sobre os
mais diversos assuntos e escrever sobre os mais variados gêneros. Por fim,
busque oportunidades de mostrar seus trabalhos, em espaços especializados como
sites e Blogs, ou lançando mão de publicações a modo das antologias, visto que
publicações independentes, ou contrato com editoras nem sempre são projetos
acessíveis. No mais, seja feliz com a Literatura, lendo, escrevendo, deixando
suas marcas, divulgando-as da melhor forma que puder, afinal escrevemos não só
para nos realizarmos através da escrita, mas também pelo prazer de sermos
lidos.
Autora: Marina Alves
Lagoa da Prata - MG
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
A Saga de um Pedro – Impressões de Leitura
Autora: Marina Alves
Carlos,
acabo de ler “A Saga de um Pedro” e corro pra escrever, ainda sob a emoção da
leitura, um pouco das impressões que me deixou esta obra maravilhosa. Este
livro foi escrito com o coração, tenho certeza. Qualquer leitor com o mínimo de
sensibilidade não ficará imune a toda essa prova de amor e vida aqui descrita
em palavras. Ri, chorei em muitas partes, e depois que fechei a última página
fiquei, por muitos minutos, profundamente emocionada.
Gostaria muito que seu pai ainda estivesse por
aqui, para dizer-lhe o que me despertou em emoção conhecer um pouco da sua
História. E que História, meu caro amigo! Acho que você conseguiu algo
maravilhoso: captar nos mínimos detalhes toda esta saga intensamente vivida por
seu pai. Penso que o Cinema teria material de sobra pra produzir um belíssimo
filme sobre a vida deste cidadão memorável Seu “Zé das Máquinas”, figura, com
toda certeza, ímpar.
Não
é todo dia que se encontra um Pedro igual ao que encontrei nestas suas linhas!
Fiquei impressionada com a trajetória e a movimentação deste nosso personagem
vivo, intensamente vivo, em cada decisão, em cada iniciativa, em cada momento
da vida. Destemido, corajoso, ávido por viver, sempre a recomeçar, sempre a
continuar, sempre lutando pelo que queria, como no caso do casamento com dona
Celeste. Creio, meu amigo, que poucas pessoas na vida tenham experimentado tudo
do que ele foi capaz. Que legado pra vocês, a presença desse homem tão
especial, à frente do seu tempo, inteligente, sagaz, empreendedor, a viver seu
espírito livre e aventureiro, sem se prender às convenções, buscando ser feliz
a qualquer preço.
Como
você bem disse, ao se referir ao livro, um homem com seus problemas,
dificuldades e falhas, mas um homem que buscou o tempo inteiro os seus
caminhos, ainda que isso tenha significado também muitos desvios. Bacana demais
a fé em Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que no pensamento dele, era quem o
guiava. Daí, a certeza de que havia naquele coração fervoroso a vontade de acertar,
mesmo quando tudo dava errado. Percebi no caráter singular, o grito do homem
que primava pela justiça e não se deixava calar ante preconceito ou tratamento
desigual que lhe ferisse a dignidade.
Saindo
de uma comunidade pequena, ganhando o mundo, percorrendo as grandes metrópoles,
fazendo de um tudo, Seu Zé não teve medo do trabalho e das adversidades. Tanta
gente tem medo de tudo. Nasce e morre sufocado no mesmo lugar, com receio de
enfrentar mudanças! Isso nunca foi coisa pra ele, não é? Fiquei admirada
daquela coragem toda. Em tempos tão diferentes dos atuais, nada representava empecilho
para quem sabia o que queria. Não mediu distância, nem o desconhecido, para ver
o mundo de perto e correr atrás do que queria: no fundo apenas buscar o melhor
para si e a família. Tanto que nunca abriu mão desta família, sempre seu porto
seguro, e para a qual sempre retornava.
Sinceramente, acho que este homem que foi seu
pai (e continua sendo, vivo à sua maneira) não poderia jamais ficar sem ter sua
vida registrada. Ainda bem que isso foi feito com toda a sensibilidade e
habilidade literária deste filho, Carlos Lopes, que muito teve para contar
através do próprio pai. Agora fica ainda mais evidente o sentimento que o
invade como filho, quando já não o tem mais ao seu lado. A força e vontade de
viver que Seu Zé trazia consigo eram realmente incríveis.
O
livro está muito bem escrito, com um quê de fidelidade impressionante,
preservando as expressões, conservando a originalidade dos acontecimentos,
trazendo a riqueza deste glossário que é um mundo de conhecimento. Só posso
dizer que você me deu um presente imenso. Para quem gosta de ler, o maior
presente é ser surpreendido pela emoção. E você conseguiu (profundamente) fazer
isso.
Parabéns
ao Seu José por ter cumprido seu destino com luta e amor, e por isso mesmo ter
merecido tão bela homenagem; parabéns a você por tê-la escrito de forma tão
bela, parabéns aos amigos, Celêdian e Carlos Costa que deram um toque perfeito
ao, respectivamente, apresentar e prefaciar essa obra que certamente fará parte
da História dos Pedro e de todos que tiverem o privilégio de conhecê-la.
Impossível não se deixar arrebatar pelo fascinante universo desta história real
que, com toda honra e orgulho, é a sua história e a de sua família.
Autora: Marina Alves - Lagoa da Prata/MG
Página da autora:
http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=64920
Publicação autorizada pela autora
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
Uma viagem literária/Pirapora-MG
Augusto Sampaio Angelim
Todas essas fotos são de Pirapora/MG. Importante cidade ribeirinha do São Francisco e presença marcante na obra de Guimarães Rosa.
Esse vapor que aparece na foto tem 100 anos e é o único no mundo em sua categoria que continua navegando. Veio dos Estados Unidos aonde navegava nas águas do Rio Mississipi. Transportou milhares de pessoas ao longo dos anos entre Pirapana e Bom Jesus da Lapa, na Bahia.
Link:
No apito do Vapor
Vapor Benjamim Guimarães
Pirapora Década de 50
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