Marina Alves
MARINA
ALVES GONTIJO é natural de Lagoa da Prata-MG. Escritora, poetisa, autora dos
livros Sombras e Assombrações
(contos- 2007); Á Roda da Fogueira (contos)
e Vozes do Coração (poesia), os dois
últimos, ainda inéditos. Em preparação também para publicação Fala, Marina (crônicas). É formada em
Pedagogia; pós-graduada em Psicopedagogia; colunista do jornal INFORMAÇÃO,
desde 2001, onde escreve mensalmente. Conta com trabalhos publicados na revista
AMAE Educando, em coletâneas, antologias, jornais locais, blogs e sites
especializados em Literatura. Premiada por quatro vezes em concursos
literários, sendo dois promovidos por jornais locais, e dois, realizados em
nível nacional pelo Blog Gândavos. Mantém uma escrivaninha no site de
Literatura Recanto das Letras, onde escreve, desde 2009, diversificados
gêneros. Contemplada pelo Ministério da Cultura, em 2013, com a seleção do
projeto Vivendo Histórias — Contando
Causos, desenvolvido, a partir do livro de sua autoria Sombras e Assombrações. Ingressou na ACADELP- Academia
Lagopratense de Letras, em 19 de março de 2004, onde ocupa a cadeira nº 13, e
tem por patrono, Rubem Alves.
Entrevista
1-
Quando e como surgiu seu interesse
pela leitura e escrita?
Muito cedo. Assim que tive contato com as primeiras letras, já fui encantada
por elas. Aprendi a ler com “Os Três Porquinhos”, livro que nos era dado por
partes e a espera da próxima página era como esperar por uma grande aventura.
2-
Quais
foram seus livros preferidos quando era criança e os livros favoritos atualmente?
Os livros de Monteiro Lobato e suas histórias fantásticas, e os demais
clássicos Infantis. Jamais vou me esquecer também do livro “As mais Belas
Histórias” de Lúcia Casasanta, que trazia na capa, Rapunzel no alto da torre
com sua trança maravilhosa. Pela vida afora, aos poucos fui descobrindo os
grandes autores, da Literatura Estrangeira e Brasileira, cada um com seu encanto, e não conseguiria nomeá-los aqui.
3 - Quais escritores são suas fontes de inspiração?
Todos os que me marcam de alguma forma, entram sorrateiros pelas minhas Letras.
E na maioria das vezes nem percebo. Isso é sensacional.
4 - De que forma o conhecimento adquirido, seja pelo senso comum, ou pelo
meio acadêmico, ajuda na hora de escrever?
O que a gente lê (aprende e apreende) fica guardado de alguma forma, em algum
cantinho que funciona como um arquivo. Basta soprar o vento mágico da inspiração para
trazer à tona o que em algum momento foi guardado. Aí é deixar fluir... E bem
rápido, antes que o vento se vá e leve tudo embora. Isso vale tanto para o
conhecimento do senso comum quanto para o acadêmico. Mas é importante que esse
arquivo seja sempre atualizado.
5- Segundo o escritor Rubem Fonseca, “a leitura,
a palavra oral é extremamente polissêmica. Cada leitor lê de uma maneira
diferente. Então cada um de nós recria o que está lendo, esta é a vantagem da
leitura". É isso mesmo? Concorda com essa proposição?
Concordo. E são essas várias e diferentes leituras, as múltiplas
interpretações que dão um encantamento especial ao ato de escrever para alguém
ler. Daí, não concordo com o tradicional “O que o autor quis dizer com...?”, presente
nas provas e concursos.
6- Ainda segundo o Escritor Rubem Fonseca: “um
escritor tem de ser louco, alfabetizado, imaginativo, motivado e paciente.” É o
suficiente para ser um bom escritor?
Tudo isso e o principal: paixão.
7 - Para qual público se destina sua criação?
Para todas as idades. O que escrevo depende muito do meu momento de
criação. E estes momentos refletem várias faces e idades em mim. (às vezes, eu
tenho oito anos, às vezes, oitenta, ou mais de cem...)
8 - Como funciona o seu processo
de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Sou adepta do lápis e papelzinho sempre por perto. Já parei muitas vezes, nas ruas e nos lugares
mais estranhos pra rabiscar ideias. A madrugada também é grande fonte, com
insônia e tempestade cerebral que não tem hora: Papel e caneta à cabeceira,
sempre. (já compus algumas coisas até durante o sono). Quando as ideias vêm,
não me faço de rogada. Se der moleza, elas somem no ar... e aí, adeus!
9 - Em geral, os seus personagens são baseados em pessoas que você conhece,
ou são ficcionais?
Um pouco
de tudo. Mas juro que em cada ficcional há sempre alguém real. Isso é genial.
Ter a chance de falar sobre as pessoas, sem que elas sequer suspeitem.
(principalmente nas muitas crônicas que escrevo e que pretendo publicar em livro). Já escrevi
sobre muita gente que sequer desconfia que está nas minhas letras. E muitas
vezes, até comenta sem saber que foi fonte inspiradora. Eu me divirto com isso.
10- Você tem outra atividade, além de escrever?
Trabalho
na área de Educação, outra paixão. Atualmente sou Pedagoga na Educação
Infantil.
11 - Você faz parte das Coletâneas Gandavos. Qual a sensação de
participar ao lado de escritores de várias regiões do país?
Muito gratificante. Sensacional, poder conhecer, trocar experiências literárias com tantos talentos brasileiros aproximados e
reunidos pelo Blog.
12 - O financiamento coletivo e a
publicação independente têm se mostrado a opção das publicações Gandavos. Quais são os pontos positivos e negativos
desse tipo de publicação?
Pontos positivos: Oportunidade de divulgar o próprio trabalho e conhecer
outros trabalhos.
Pontos Negativos: o custo envolvido visto que publicar com recursos
próprios implica em ônus para o escritor, que depois encontra dificuldade com a
distribuição do livro, e retorno para os custos envolvidos.
13 – Você já fez publicação de livros sozinho (a), seja impresso ou
virtual? Quais e como o leitor pode adquiri-los?
Sim. Em publicação de livro físico, tenho “Sombras e Assombrações”. Na
modalidade virtual, duas publicações, Ebooks, organizados por Helena Frenzel, a
quem reitero cumprimentos e
agradecimentos por seu belo trabalho nesta área.
14 - Qual mensagem você deixaria para autores iniciantes, com base em
suas próprias experiências.
Para ser um escritor é preciso, antes de qualquer coisa ser um bom
leitor. Então leia, leia e leia bons autores, deixe que eles tomem conta de
você e impregnem suas letras. Construa seu estilo próprio, sua identidade
literária, mas jamais abandone os livros. Também não deixe de estudar a Língua
Portuguesa, aproveite as tecnologias como ferramentas de suporte e pesquise, se
informe, busque fontes, se aprimorando sempre, tendo em vista que um escritor
sempre está em construção. Por fim, seja um observador da vida, das pessoas,
preste atenção aos seus detalhes e transforme suas emoções em palavras.
Certamente você terá uma fonte inesgotável de inspiração para falar sobre os
mais diversos assuntos e escrever sobre os mais variados gêneros. Por fim,
busque oportunidades de mostrar seus trabalhos, em espaços especializados como
sites e Blogs, ou lançando mão de publicações a modo das antologias, visto que
publicações independentes, ou contrato com editoras nem sempre são projetos
acessíveis. No mais, seja feliz com a Literatura, lendo, escrevendo, deixando
suas marcas, divulgando-as da melhor forma que puder, afinal escrevemos não só
para nos realizarmos através da escrita, mas também pelo prazer de sermos
lidos.
Autora: Marina Alves
Lagoa da Prata - MG
Um comentário:
Obrigada, Carlos pela oportunidade de falar um pouquinho sobre mim e meu trabalho com a literatura. Foi um prazer participar. Um abraço. Marina Alves.
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