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Valor R$ 25,00 

Peça pelo endereço: gandavos@hotmail. com

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GANDAVOS - TERCEIROS CONTOS é o terceiro volume de uma contos, em histórias reais ou ficcionais, ora emocionantes, ora bem humoradas, em um trabalho que agregou escritores de várias partes do Brasil, privilegiando a diversidade de nossa cultura regional.
Se você, meu amigo, tiver interesse em conhecer nosso trabalho e quiser adquiri-lo diretamente da minha cota de exemplares, por favor, entre contato comigo através do endereço: gandavos@hotmail.com. Se você quiser adquirir através da página de outro autor (são vários autores), fique inteiramente à vontade e poderá fazer o contato nas respectivas páginas de cada deles.
INVESTIMENTO:
R$ 25,00 Já incluído o valor da remessa pelo Correio (para o Brasil)
São autores do livro: Carlos A.Lopes, Geraldinho do Engenho, Celêdian Assis de Sousa, Augusto Sampaio Angelim, Carlos Costa, Jorge Farias Remígio, Maria Olimpia Alves de Melo, Fábio Ribas, Ana Bailune, Gilberto Dantas, Dilermando Cardoso, Adriane Morais, Roberto Rego, Helena Frenzel, Maria Mineira, José Carneiro, Rangel Alves da Costa, Nêodo Ambrósio de Castro, Defranco Frossard, Francisco Tibério Araujo, Dilemar Costa Santos, Alberto Vasconcelos.
Ilustração da capa: 
Edmar Sales

Coordenação:
Carlos A. Lopes







Autor da Apresentação do livro: Rangel Alves da Costa


Apresentação

Vento brando e perfumado soprando pelos descampados. Os contadores de histórias vão chegando para abrir seus alforjes de palavras e espalhar pelos arredores o mundo fantástico da imaginação literária. E todos, desde o menino ao velho do cajado, correm para ouvir o que cada um vai contar dessa vez.
Nas vezes passadas, nos encontros de lua e de sol, se debruçaram sobre causos, passagens, vivências, com palavras tão cativantes que o deus do proseado implorou repetição. E disse que o mundo tão aflitivo, de pessoas entristecidas, não poderia ficar sem a alegria da vida contada em palavras. E, ponto a ponto, conto a conto, fantasia e realidade se unem nas novas histórias a serem contadas.
E os contadores de histórias novamente chegaram com alforjes cheios de palavras e coisas novas. Do realismo fantástico ao previsível acontecimento, todos os contistas rebuscaram suas inventivas pra cativar mais ainda, pra chamar ao redor da fogueira aquele que ainda não tinha se encantado com tanta criatividade e imaginação.
Mas o deus do proseado acabou segredando sobre quem anda por trás disso tudo, jogando a porção mágica das letras pelos quatro cantos do País. É um tal de Carlos A. Lopes quem enfeitiça o contista e o faz, quase sem perceber, cativo participante dessa vida e desse mundo reinventado através da escrita.
Dizer o que desse aprendiz de feiticeiro, esse tal de Carlos A. Lopes, que insiste em nos soprar a misteriosa porção da criatividade, dando-nos a imperiosa missão de dar vida a mundos, personagens e situações? Ele próprio alcançado pelo seu sopro, acaba nos instigando a alimentar essa fogueira das palavras para os que dela desejem se deleitar.
Ao redor dessa fogueira de histórias tantas, sob o clarão da lua da imaginação, já passaram Celêndian Assis, Fábio Ribas, Carlos A. Lopes, Gilberto Dantas, Augusto Angelim, Geraldinho do Engenho, José Soares, Maria Olímpia, Adriane Morais, Ana Bailune, Carlos Costa, Dilermando Cardoso, Jorge Farias, Fernando José, Maria Mineira, Ana Soares, JCarneiro, Rangel Alves, Sevy Oliveira, Marina Alves, Jussara Burgos e Jailson Vital.
E agora, nesse novo encontro, alguns destes contadores de histórias chegarão na companhia de outros, também açulados pela porção mágica de Carlos A. Lopes, para contar seus contos e fazer enternecer. Não só comover como mostrar que a realidade existente é quase um nada diante das possibilidades surgidas na criação.
Não sei se mais adiante, na crepitação das páginas, alguém encontrará a história da mula sem cabeça que usava peruca ou da moça solitária que namorava a solidão, ou ainda do menino abandonado que morava na sua caixa de engraxate. Nada disso sei. Será preciso procurar. Vá lendo, catando.
Mas sei que os contos aqui reunidos em fogueira, atiçados por novos e antigos contadores de histórias, são como lenhas que alimentam as chamas desse aprazível recanto de criação literária. E que nunca, que jamais se apaguem.

                                       Rangel Alves da Costa
Aracaju/SE







Autora do prefácio: Helena Frenzel

Prefácio


Nos internatos aprendemos português e aritmética, nas roças, nos povoados, na gestação das cidades aprendemos a vida.” Jorge Amado em Navegação de Cabotagem.

Grande parte do que se sabe sobre povos muito antigos está hoje nos livros, registrado, mas nem sempre foi assim. Não fosse o impulso de uma minoria querer gravar o cotidiano em pedra ou papel, muito menos saberiam os historiadores sobre os costumes, por exemplo, de ameríndios ancestrais. Lembrando que em épocas mais antigas saber ler e escrever era para poucos, mínimos até. E os cronistas de outrora não eram considerados ‘cronistas’; muito menos era chamado de ‘literatura’ o que logravam escrever, mas o tempo mudou isso.
Diários, cartas e crônicas de batalhas sangrentas narradas dos pontos de vista do conquistador e, pouco, do conquistado — muitos registros indígenas ainda hoje são estudados — revelam sentimentos bem realistas: a perplexidade diante do novo e o medo de morrer, ainda mais quando vindas das penas de simples soldados, colonos ou missionários. Fauna e flora exóticas, gente desnuda, “a gente que veio do céu” — como Colombo e seus homens eram vistos pelos indígenas caribenhos — povos simples e acolhedores, também canibais, moléstias novas, ou seja: um novo mundo se abrindo diante de pessoas comuns que tudo o que almejavam com seus escritos era, pura e simplesmente, registrar o que viam, da melhor e mais fiel forma que podiam, com o mínimo de recursos. Textos que sobreviveram até hoje atestam o nascimento rude da pena de seus autores, a pena da sobrevivência: autêntica e existencial, desnuda de retoques e sem o contorno das revisões que lapidam um produto editorial, e repito: tais escritos não nasceram ‘literários’, mas hoje em dia são rotulados assim.
Agora vivemos em uma época em que bilhões de pessoas escrevem e publicam em todo o mundo, os mais diversos tipos de publicação. Há quem critique e até diga que se publica muito e eu, nesse processo de teraprodução textual só vejo um saldo: o bem que os atos de ler e escrever podem causar. Alegro-me em ver autores, pessoas comuns, dedicando-se à escritura e ao resgate de estórias da cultura popular e tradições de várias regiões do Brasil. Em várias cidades da Alemanha, por exemplo, é estimulado ler e contar histórias para os pequeninos ou realizar concursos de leitura nas escolas; enquanto que no Brasil, estatísticas mostram que muito pouco ainda se lê e o que é pior: quase nada se lê para os miúdos; ou seja: perde-se a chance de, ainda nos cueiros, formar um leitor. Sentar-se em família diante da televisão é o passatempo mais comum nos lares brasileiros e isto inibe a fantasia e o ato de prosear com gosto.
Porém, diante desse momento ímpar cultural, político e econômico que vive o Brasil atual, percebe-se muita insatisfação crescendo nos becos, o que gera iniciativas privadas e exige um maior engajamento das pessoas em prol da formação de uma consciência mais crítica na população. E a internet quebrou muitas barreiras, trouxe várias alternativas de publicação e vem incentivando cada vez mais gente comum a contar suas histórias sem complicações e/ou pretensões literárias — exceções sempre há, mas esse não é o ponto aqui. O ponto é a oportunidade de, como nunca antes, buscar a magia da palavra simples para tornar cotidiano o ato de contar histórias, principalmente para aqueles que só conhecem a televisão. Ou seja: nenhuma chance de formar novos leitores deve ser desperdiçada, e uma forma muito natural de trazer para a Literatura ovelhas desgarradas é oferecer textos interessantes, ambientados em diferentes contextos e que bem cumpram o seu papel de comunicar.
E nesse espírito é que Terceiros Contos, terceiro livro da série Gandavos, cujo título foi inspirado em Tutaméia – Terceiras Estórias — do grande Guimarães —, mais uma vez traz reunidos narrativas de vários tipos, ficção ou baseadas em casos verídicos: memórias, crônicas, contos e causos moldados na tradição oral — em muitos deles chega-se a sentir o gostinho dos sotaques regionais — e outros que se aproximam dos modelos de contos mais difundidos, o conto simples sem grandes efeitos e ‘a pirotécnica pós-modernista’ como a alguns convém chamar. Há também uma fábula, que com pureza e nostalgia trouxe-me à lembrança As Aventuras do Ladrão de Bagdad, filme de Arthur Lubin e Bruno Vailati que muitas vezes coloriu minhas tardes infantis. Não fugindo à característica dos volumes anteriores, as histórias que aqui vão são diversas e veem de escritores com distintos estilos, tanto iniciantes, como ainda sou, quanto de escritores com marcada experiência na arte de escrever. E ao ser convidada por Carlos A. Lopes para participar deste volume, senti-me muito honrada em poder figurar ao lado dos colegas que aqui vão,  sem contar a escrita deste texto: um desafio a mais.
Pois bem, mas voltando aos ‘cronistas’ do passado, que antes não eram assim chamados, não sei o que dirão sobre estes livros no futuro, mas sei que figurar na lista das grandes obras não é o objetivo desta série de publicações, pelo menos por enquanto. Espero, no entanto, que a contribuição deste trabalho como registro linguístico-cultural de costumes e histórias e o sentimento deste momento particular que vive o país, tenha reconhecido o seu valor. E para que não esqueçamos o papel dos pequenos na construção dos grandes — da História — cito, do mesmo livro, Jorge Amado outra vez: “Um escritor que se preza não escreve para obter prêmios e, sim, para se comunicar, dizer e refletir, considerar, compreender, re-criar a vida, servir ao homem.”
Enfim: este volume, caro leitor, como os dois primeiros, vem recheado de histórias interessantes com elevada chance de agradá-lo e/ou surpreendê-lo, ainda que você seja daqueles que não têm o hábito de atirar-se aos textos despido de preconceitos, munido tão somente do prazer de ler. Aprecie sem moderação.


                                                        Helena Frenzel
Alemanha


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