Durante muitos anos tivemos um jardineiro chamado Brasilino. Ele parecia ter uns sessenta anos, usava um chapéu de palha, que só tirava na hora das refeições. Cuidava muito bem das ávores, flores, horta, e deixava a grama linda!Tinha dedicação e carinho com as plantas.
Desde que começou a trabalhar em nossa casa, “Seu” Brasilino já estava ficando surdo, quando meu pai ou minha mãe queriam faltar com ele, sobre o serviço que deveria ser feito, eles falavam alto e devagar para que “Seu” Brasilino entendesse. Ele quase não sabia ler nem escrever, mas conhecia os números, era assim que conseguia saber qual o ônibus deveria pegar.
Depois do almoço, enquanto descansava, ele fazia alguns cigarros de palha, e tranquilo os fumava. Com o tempo, por estar muito velhinho, ele deixou de trabalhar... Foi difícil encontrar e se acostumar com outro jardineiro. Por um bom tempo meu pai cuidou do jardim, não muito bem, pois não podia dedicar-se como “Seu” Brasilino fazia.
Lembro-me que uma vez ao conversar com o provável novo jardineiro, meu pai falava alto e devagar com ele, então o jardineiro lhe respondeu: “O senhor me desculpe... sou velho enxergo pouco, mas não sou surdo!"
Vanice Ferreira - Curitiba/PR
Desde que começou a trabalhar em nossa casa, “Seu” Brasilino já estava ficando surdo, quando meu pai ou minha mãe queriam faltar com ele, sobre o serviço que deveria ser feito, eles falavam alto e devagar para que “Seu” Brasilino entendesse. Ele quase não sabia ler nem escrever, mas conhecia os números, era assim que conseguia saber qual o ônibus deveria pegar.
Depois do almoço, enquanto descansava, ele fazia alguns cigarros de palha, e tranquilo os fumava. Com o tempo, por estar muito velhinho, ele deixou de trabalhar... Foi difícil encontrar e se acostumar com outro jardineiro. Por um bom tempo meu pai cuidou do jardim, não muito bem, pois não podia dedicar-se como “Seu” Brasilino fazia.
Lembro-me que uma vez ao conversar com o provável novo jardineiro, meu pai falava alto e devagar com ele, então o jardineiro lhe respondeu: “O senhor me desculpe... sou velho enxergo pouco, mas não sou surdo!"
Vanice Ferreira - Curitiba/PR
Publicação autorizada por escrito pelo autor da obra
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