Conheci Carlos Lopes quando trabalhei em Custódia na então recente inaugurada agencia do Banco do Brasil, e fiz parte do Grupo Teatral Os Gandavos, fundado por ele e mais alguns jovens que sentiram a necessidade de levar a sua mensagem através da arte cênica de representar.
Com o desejo de formação profissional muitos jovens haviam migrados para cidades como Recife, Salvador e Brasília, deixando-o sozinho. Por força e insistência sua conseguiu aderir ao grupo novos aliados que o ajudaram a recomeçar o trabalho e apresentaram a peça “Pluft o Fantasminha”, de Maria Clara Machado, em 21.04.77, ocasião em que o conheci e daí passamos (eu, minha esposa Célia Regina e Antônio Remigio) a integrar o grupo.
Agregados, trabalhamos e montamos “Morre um gato na China”, de Pedro Bloch, em 23.11.77, que apesar de muitos obstáculos surgidos prevaleceu mais uma vez a sua capacidade de persuasão pela vontade de crescer, nos impulsionando para a estréia. A partir deste momento o grupo passou a só representar peças de sua autoria, por exemplo “Rua Torta”, em 06.03.78 e “Égua Gorda”, em 03.05.78.
Depois destas montagens, nós (eu, Célia e Antônio), tivemos que nos afastar de Custódia, deixando-o mais uma vez sozinho. Não desistiu. Continuou escrevendo e lutando pelo desenvolvimento cultural da cidade, ocasião em que fez circular um jornalzinho informativo (O Grito), criado por ele e amigos como Fátima Ferreira e distribuídos pêlos próprios. Cobravam, apenas, uma taxa para despesas com o fabrico. Por motivos outros que não vem ao caso citá-los, não veio a circular por muito tempo.
Sentindo-se mais uma vez sozinho, vendo a idade avançando e o fechamento do cinema do seu pai com o advento da televisão no Sertão do Moxotó, resolveu deixar a terrinha e descer rumo ao nível do mar. Lá, conclui o curso de Licenciatura em História na Universidade Católica de Pernambuco e se incorpora ao quadro funcional do estado.
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