Autor: Carlos Costa
Para o amigo Carlos Lopes, pelo falecimento de seu pai.
Também conheci seu pai, o Zé das Máquinas. Não como eu gostaria de tê-lo
conhecido porque passei em seu Estado, Pernambuco, mas ele já estava internado
e você, amigo e companheiro, cuidando dele. Como bom filho, você deu de
presente, o livro com as memórias dele, ainda em vida, no dia de seu
aniversário. Eu, modestamente, tive o orgulho de prefaciá-lo.
Nas entrelinhas de sua obra “A saga de um Pedro – amor e luta traçando
destinos”, observei cuidadosamente o grande amor com a qual descrevia as
memórias de seu José dos Santos Gonçalves, conhecido como “Zé das
Máquinas".
Mesmo abalado e talvez inconsolável pela perda de seu pai, quero que você
compreenda que na vida um sol tem que morrer porque um outro em seu lugar,
precisa brilhar também. Não quero dizer que o amigo não tenha alcançado
brilho próprio!
Tudo bem que pode parecer simplória minha definição da lei natural de
vida e morte.
Mas é assim que tem que ser, queiramos ou não. Ninguém poderá mudar essa
realidade. Podemos, no máximo, nos preparar para recebê-la, como venho fazendo
há 7 anos. Mas, confesso amigo, nem eu mesmo sei se estarei preparado e seguir
junto do criador de todas as coisas! Acho que não estarei e meus amigos com
certeza lamentarão minha partida. De certo dirão que parti tão jovem ainda,
como é comum acontecer; ou dirão que teria o direito de viver um pouco mais.
Mas DEUS me deu 11 chances de viver entre vocês, me permitiu viver ainda de
forma produtiva e relativamente feliz porque ninguém pode se dizer feliz
vivendo sempre dopado por remédios diários.
A vida é dual, sempre foi. Para que exista a morte, é porque em algum momento
existiu vida, se não a morte do que não teria sido gerada como também não
poderia ser explicada.
Receba meu abraço fraterno, amigo, Carlos Lopes, de uma pessoa que conheceu seu
pai pelas suas descrições e pelo prazer que tive de apresentar sua magnífica
obra “A saga de um Pedro – amor e luta traçando destinos”.
Despeço-me com carinho do companheiro que me resgatou do fundo do poço de meu
próprio desconhecimento e me fez o que sou hoje: ainda nada!
Autor: Carlos Costa - Manaus/AM
Blog do autor: http://carloscostajornalismo.blogspot.com/
Publicação autorizada pelo autor através de e-mail.
Um comentário:
Querido Costa, obrigado pela carta homenagem. Nela o amigo reconhece o amor que sinto pelo meu pai bem como toda uma admiração natural. Essa admiração vem da infância ouvindo declamar cordeis, músicas regionais, etc, etc. Não sei se teria conseguido escrever algumas coisinhas se não fosse pelo tesouro cultural que herdei de um homem simples porém que sempre soube apreciar valores tidos como de um cidadão consciente de valores culturais da sua região.
Querido Costa não me agradeça dizendo que lhe resgatei literalmente. Como poderia resgatar o criador de um eterno clássico: O Homem da Rosa? Tal o Pequeno Príncipe um dia seu livro será mundialmente conhecido, isto para não citar suas tantas criações e publicações que vão além da literatura.
Um abraço, amigo Carlos Costa.
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