O
entrevistado desta semana é o escritor Willes S. Geaquinto, natural de
Cachoeiro de Itapemirim (ES), é Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional,
jornalista, escritor e ambientalista; reside em Varginha no Sul de Minas Gerais
há mais de 30 anos.
1-
Quando e como
surgiu seu interesse pela leitura e escrita?
Willes S. Geaquinto - Aprendi a ler, entre três anos e
meio e quatro anos de idade, com minha mãe adotiva que era semianalfabeta e fez
um esforço muito grande para me ensinar o bê-á-bá inicial numa Cartilha Sodré
amarelecida pelo tempo. Ao entrar na escola primária aos 6 anos, eu já lia
fluentemente. Desde então não parei mais de ler. Costumo dizer que meus pais adotivos
e os livros me salvaram; me fizeram ser uma pessoa de bem, persistente e com muita pretensão de ir além dos limites
da mediocridade. A vontade de escrever
veio junto com a leitura, mas só comecei a escrever alguns versos influenciado
pelas músicas que ouvia.
2-
Quais foram seus livros preferidos quando era criança e os livros favoritos atualmente?
Willes S. Geaquinto - Prefiro citar
autores porque os livros são muitos. Quando criança li os clássicos infantis
tipo gato de botas; os Irmãos Grimm,
Monteiro Lobato, todas as fábulas, foram tantos livros...poderia fazer uma
lista quase interminável; gostava de ler a História do Brasil, livros de geografia as revistas da época tipo
Cruzeiro... Hoje leio mais livros da
minha área de atuação que é a comportamental, além de revisitar O Pequeno Príncipe,
Saramago, Jorge Amado, Machado de Assis, Erico Veríssimo, Guimarães Rosa, Carlos
Drummond de Andrade, Rubem Braga; e outros autores internacionais como Júlio
Cortázar, Gabriel Garcia Márquez, Jorge
Luiz Borges, Eduardo Galeano, além de alguns clássicos gregos e europeus; Já
estudei e li muita filosofia também; sou bastante eclético quanto a literatura
e música. Li muita revista de quadrinhos também.
3 - Quais escritores são suas fontes de inspiração?
Willes S. Geaquinto - Não tenho um bem definido, embora
tenha uma predileção pelo meu conterrâneo Rubem Braga. Creio que, de alguma
forma, todos os que li acabam por me influenciar em algum momento, seja quando
escrevo sobre assuntos comportamentais ou quando escrevo poemas e contos.
Também a música e o cinema me influenciam;
as letras das canções, os diálogos; as histórias e causos que já ouvi. No
universo tudo me inspira!
4 - De que forma o conhecimento adquirido, seja
pelo senso comum, ou pelo meio acadêmico,
ajuda na hora de escrever?
Willes S. Geaquinto - Embora tenha formação
universitária, costumo dizer que sou mais um autodidata na escrita e na vida.
Na parte referente à literatura creio que o que me ajuda mais é a imaginação
sortida por tudo que li e vivenciei.
5- Segundo
o escritor Rubem Fonseca, “a leitura, a palavra oral é extremamente
polissêmica. Cada leitor lê de uma maneira diferente. Então cada um de nós
recria o que está lendo, esta é a vantagem da leitura". É isso mesmo?
Concorda com essa proposição?
Willes S. Geaquinto - Uai, não tem como discordar do Rubem Fonseca, já li
alguns livros dele. Ah, lembrei do Fernando Sabino que também já li e gosto
muito. Creio que isso acontece principalmente na poesia. Minha ideia (ainda não
registrada) é que sempre há o texto, o contexto, o subtexto e o pretexto, então
cada leitor faz a sua escolha.
6- Ainda
segundo o Escritor Rubem Fonseca: “um escritor tem de ser louco, alfabetizado,
imaginativo, motivado e paciente. ” É o suficiente para ser um bom escritor?
Willes S. Geaquinto - É por aí... No Brasil tem que ser resistente e
persistente também. Eu com mais de 60 anos ainda sou um novo escritor.
Paciência faz parte também. Aqui as editoras só dão espaço para quem já é
conhecido – o que não exige criatividade nenhuma; logo se você não é conhecido
se bobear permanece assim. Nesse ponto a Internet tem ajudado, apesar da
preguiça das pessoas em ler. Às vezes a loucura é um dom! Enfim, creio na ideia
de que você deve instituir-se aquilo que quer. Logo, se
você quer ser escritor então institua-se escritor!
7 - Para qual
público se destina sua criação?
Willes S. Geaquinto - Na área comportamental
destina-se a todos os públicos, excetuando-se o infantil. Na área literária
propriamente dita, a todas as pessoas que gostam de ler e têm a mente aberta. O
país ainda é carente de educação e cultura.
8 - Como funciona o seu processo de criação?
Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Willes S. Geaquinto - A mania é anotar tudo o
que me vem à cabeça em agendas que vivem espalhadas pela casa, inclusive no
banheiro. A partir dessas frases, ideias, etc., eu elaboro a escrita, se vai
ser um poema ou um conto só vou saber na hora que me ponho a lapidá-las. Gosto de escrever mais na parte da manhã, a
mente está mais aberta à criação.
9 - Em geral, os seus
personagens são baseados em pessoas que você conhece, ou são ficcionais?
Willes S. Geaquinto - Alguns personagens dos meus
contos são baseados em alguns traços de gente que conheci; a maioria é ficção.
10- Você tem outra
atividade, além de escrever?
Willes S. Geaquinto - Sou
psicoterapeuta, palestrante motivacional, jornalista autodidata.
11 - Você faz
parte das Coletâneas Gandavos. Qual a sensação de participar ao lado de
escritores de várias regiões do país?
Willes S. Geaquinto - O sentimento é de
regozijo por estar irmanado a pessoas com o ideal comum de transmitir as suas
criações e contribuições a cultura de modo geral. Agradeço à amiga Celêdian
Assis que me apresentou ao amigo Carlos Lopes e, a partir daí criamos essa
familiaridade que faz parte do blog. Sinto me também lisonjeado por estar em
tão boa companhia. O Gandavos me serviu de estímulo para retomar a escrita de
contos e poesias.
12 - O
financiamento coletivo e a publicação independente têm se mostrado a opção das
publicações Gandavos. Quais são os
pontos positivos e negativos desse tipo de publicação?
Willes S. Geaquinto - Eu procuro só transitar
pela polaridade positiva do universo. Portanto, vejo como positivo a
oportunidade de podermos mostrar as nossas criações, de nos inserirmos de
alguma forma na cultura do país. Gosto desse papel de nos instituirmos como
autores e cidadãos desse país carente, como já disse, de educação e cultura.
Como já disse o poeta “quem sabe faz a hora”, não sou dos que esperam acontecer
e creio que os amigos do Gandavos, capitaneados pelo amigo Carlos Lopes,
também.
13 – Você já
fez publicação de livros sozinho, seja impresso ou virtual? Quais e como o
leitor pode adquiri-los?
Willes S. Geaquinto - Sozinho são dois livros
comportamentais: o primeiro Cidadania, O Direito de Ser Feliz (terceira edição)
e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial, lançado no ano
passado, que podem ser adquiridos após contato
pelo email willesterapeuta@bol.com.br. Ainda este ano devo lançar um livro de reflexões, um infanto-juvenil e
um de poesia.
14 - Qual
mensagem você deixaria para autores iniciantes, com base em suas próprias
experiências.
Willes S. Geaquinto - Creio que é fundamental
ler, escrever, ler, escrever, e continuar lendo, além de muita persistência, autoconfiança e
ousadia. Como já disse o poeta espanhol Antonio Machado: “Caminante
no hay camino, se hace camino al andar…”
8 comentários:
Legal essa oportunidade de fazer-se conhecer aos amigos do blog e ao público que nos frequenta! Boa ideia do amigo Carlos Lopes!
Ótima entrevista!
Percebo que quem gosta de escrever geralmente começou bem cedo. E muitas vezes, passou pelos mesmos livros que os outros!
Abraços.
Bom saber mais sobre você, Wiles. Um abraço! ;-)
Parabéns Willes por se deixar conhecer mais um pouco. Parabéns Também a Carlos por mais essa iniciativa. abraço aos dois.
Alberto Vasconcelos
Santo André/SP, 15/05/2016
Adorei a sua entrevista! Bastante emotiva e sincera, assim o percebi! Parabéns e obrigada pela oportunidade que nos destes de te conhecer! Um abraço, Michele C.Marchese
Oi Michele, verdade fui emotivo em muitos pontos. Algo bom em minha vida são as emoções de cada momento vivido!!! Abraço!
Grande (até na altura... hehe...) amigo Willes! Fiquei ainda mais entusiasmado em levar adiante dois projetos (estão no forno, ano que vem devem vir à tona). Abraço do Alexandre Meyr
Sim Alexandre Meyr, meu amigo, deves ir em frente; quem sonha e realiza está vivo!
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