quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Burrim véi



Havia um lugar solitário perdido na imensidão da Canastra, casa de avós, onde crianças alegres passavam as férias. Toda manhã tinham leite puro, devido à suculenta e verdejante pastagem que brotava ali naquele sítio.  Capim orvalhado, consumido e ruminado lentamente em horas de silencioso mastigar dos animais, com seus enormes olhos, voltados para o chão e para o céu. Daquele ruminar ao entardecer, dependia o leite tão saboroso na manhã seguinte.
Além das vacas, cabritos e aves, havia no sítio um burrinho velho deixado pelo boiadeiro, em troca do pouso numa noite chuvosa.  
O animal era de cor marrom, pelo ralo e olhos mansos. Tinha uma doçura e mansidão sem fim. Virou montaria de intrépidos cavaleiros e amazonas, passava  os dias pastando a grama que crescia verdinha, ali em volta da casa. Puseram-lhe o nome de Burrim Véi.
A menina começou a protegê-lo, tão manso e indefeso parecia ser. Até convenceu o avô a construir um cocho, onde depois dos passeios, o deixavam ficar comendo farta e sossegadamente o milho, as canas e até cenouras que trazia da horta da avó. ·.
Dizem que os burros têm mais intuição que os cavalos, principalmente para distinguir o perigo, em estrada molhada, para descer morro e até para atravessar rio o burro é mais garantido.
Nas férias de final do ano a menina foi a primeira a chegar, procurou no gramado onde o animal ficava  e não o encontrou. Com o coração apertado perguntou ao avô:
        —Vovô, cadê o Burrim Véi?
O avô nunca mentia para os netos e com semblante triste contou:
—Seu tio vendeu ele...
        —Vovô, cumé qui o sinhor teve corage de deixá vendê ele?
        —Ieu num dexei minha fia, sabia qui ocêis tinha amor nele. Foi seu tio qui vendeu no dia qui o vovô num tava im casa...
O tio apareceu de repente e sem um pingo de dó, riu e foi logo dizendo aos sobrinhos:
—Aquele burro véi docêis, uma hora dessas já virô salame! Oia as butina novinha qui ieu comprei com os cobre.
A menina chorou sem parar. Se recusava olhar para o tio, não falava com ele. Não pedia mais a benção, transformou-se na sua maior inimiga. Não gostava nem de ver as roupas dele secando no varal.
Certo dia o tio foi picado por uma cobra cascavel, ficando entre a vida e a morte, pediu que chamassem a sobrinha. Queria seu perdão.
O avô pegou a neta pela mão, levando-a até onde estava o tio enfermo. Ela emudeceu ao olhá-lo nos olhos e saiu correndo do quarto. Sentia um mal estar enorme diante dele, uma coisa sem explicação.
Depois de algum tempo, convenceram-na a voltar e falar com ele. A benção ela tomou de longe, com medo que ele  morresse, mas não conseguiu dizer mais nada. Sua presença a magoava, isso durou anos. A cicatriz ficou apesar do tempo ter se encarregado de amenizar, fazer doer menos.
        Restou a saudade do Burrim Véi... Em volta da casa a grama cresceu.

Autora: Maria Mineira - São Roque de Minas/MG

Texto: 51 (do concurso) - Serelepe

Não tenho certeza, mas acho que “seu” Armando daqui a alguns anos iria passar para a quarta idade, se é que ela existe. Entretanto, ele não sabia disso, pois continuava firme e saudável. Não queria incomodar ninguém e por isso morava sozinho. Sua filha sempre arrumava uma desculpa e dava um jeito de ir conferir. Um dia ela decidiu dar de presente um fox paulistinha para o pai. Era um presente de aniversário e mais uma desculpa para ela poder vê-lo com mais frequência. Agora, com o Serelepe ia ficar mais fácil, pois todos sabiam que ela amava cachorrinhos.
O “seu” Armando, como era fácil de se prever, se apaixonou pelo Serelepe. Ficavam juntos a maior parte do tempo e, uma boa parte dele, o danadinho passava no colo de seu dono. Eles “conversavam” bastante mas não precisariam, pois eles se entendiam sem se”falar”.
O tempo foi passando e, cruel, foi judiando do “seu” Armando. Mas este não era de se entregar, continuou vivendo. Tinha algumas dores, não podia fazer algumas coisas, mas tinha saúde suficiente para continuar morando sozinho.
Mais tempo se passou, e os dois ficaram mais velhinhos, bem mais velhinhos. A filha quase brigou para que eles fossem morar com ela, mas nada. Era orgulhoso e teimoso. Andava com dificuldade, mas era capaz de fazer praticamente tudo que fosse necessário.
Um dia, sentado na varanda,  o “seu” Armando parecia mais triste que o normal e também estava muito pensativo. O Serelepe era muito vivo e percebeu que havia uma tristeza no ar. Por isso estava meio irriquieto e mudou de posição três vezes no colo do seu dono. De repente o “seu” Armando falou:
-Serelepe, nós vamos  fazer assim. Eu vou primeiro, porque se você ficar sozinho, a minha filha vem aqui e pega você para morar com ela. Ela vai cuidar de você melhor do que eu, você sabe. Além disso, você também está velhinho e precisa de cuidados. Se eu ficar sozinho, vou ficar muito triste sem você, e não vou querer sair daqui, nem que minha filha insista. Fica combinado assim, então.
Acho que o Serelepe não gostou muito daquela conversa. Podia se notar que estava preocupado. Ele se mexeu muito à noite, certamente não dormiu bem. Um dia mais se foi e o “seu” Armando não falou nada. Passou o dia inteiro triste e com o Serelepe no colo.
No dia seguinte, ele tomou café da manhã, alimentou o Serelepe e foi para a varanda. O cãozinho pulou no colo e percebeu que o seu dono não estava muito bem. Parece que ele adivinhou os pensamentos do Serelepe, pois falou assim para ele:
-Parece que não vamos ter problemas, Serelepe. Afinal de contas, acho que vou mesmo antes de você. Se eu for mesmo, não quero ir para o hospital, quero “ir” daqui mesmo. E você, na hora certa, vai morar com minha filha, eu falei, ela vai cuidar bem de você.
Depois de falar mais um pouco, abraçou o Serelepe, deu um beijo em sua cabeça e aparentemente dormiu. Não sei o que o Serelepe pensou, mas ficou muito assustado. Dali a pouco saiu do colo e foi para sua cama.
Mais tarde o “seu” Armando acordou, sentiu a falta do Serelepe e foi conferir. Desconfiou do jeito que ele estava dormindo, um medo interior se apossou dele. Ajoelhou-se perto da cama e conferiu os sinais vitais do Serelepe. Ele não respirava mais, havia morrido. Imediatamente o “seu” Armando percebeu o que havia acontecido:
-Serelepe, seu safado! Você achou que eu ia morrer e resolveu ir antes para não ficar sozinho. Malandro, não foi isso que nós combinamos!
A filha ajudou a enterrar o pobrezinho. Depois disso, o “seu” Armando teve de ir à força para o médico. Na volta não teve chance e  foi praticamente “sequestrado” para a casa da filha. Por mais que tentassem alegrá-lo, não havia jeito, ficou lá, encostado, pensando no Serelepe. Remungava baixinho:
-Danadinho, você me enganou.
Alguns dias depois, o “seu” Armando, sem ficar doente, nem nada, faleceu. Como o médico disse, morreu de velhice mesmo, sem doença. O coração simplesmente parou de bater. A filha sabia muito bem o que havia acontecido. Com certeza, ele foi atrás do Serelepe para tirar satisfação a respeito do acordo não cumprido.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Olá amigos...


Com muito orgulho participo pela segunda vez da FEIRA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PERNAMBUCO, A FLIPORTO. O evento acontecerá de 13 a 16/11. No stand da Livraria CARPE DIEM, você poderá adquirir o meu livro SEGUINDO NA PROSA, por R$ 15,00.
Será um prazer recebê-lo sábado dia 15, as 18h00hs, na tenda de autógrafos da Feira do Livro.

Compareça e faça parte desse memorável encontro literário

Carlos A Lopes

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Falando de igualdade

Há alguns anos atrás no  sepultamento de um amigo da família eu estava junto ao túmulo do morto, quando observei quatro sacos de lixo, desses de cor preta,  no chão.Curiosa perguntei para o coveiro o que era. Ele me respondeu que eram os ossos dos  parentes do falecido. Agora já é pó dona, disse o  homem.Mais curiosa ainda, peguei um dos sacos para ter a percepção do peso. Muito leve, quase nada, talvez menos de meio quilo. Confesso, aquilo foi um choque! Jamais havia tomado consciência do preceito bíblico que diz: do pó viemos e ao pó voltaremos. Ali, naqueles sacos de lixo, estava tudo o que restara  de pessoas que haviam sido bonitas, ricas, talentosas amadas e bem sucedidas na vida...E será tudo o que restará de todos nós, sejamos brancos, negros, pardos, mulatos etc... Ou ainda, ricos, pobres ou remediados.
Quero acreditar que o corpo físico tem no pó a sua redutibilidade, mas que deve existir algo alem desse pó.Ocorre-me que por conta de irmos todos ao pó, não haveria porque ser solidário,
participativo, tolerante, idealista. Afinal para quê? E ai volto a uma questão que me é presente todos os dias da minha vida: meu corpo é a forma mais bem acabada da existência de uma inteligência superior, que para mim é Deus.Essa perfeição está presente em todos os nossos irmãos, sejam eles de qualquer cor, raça ou religião e por isso me pergunto: porque o preconceito,   a intolerância, o ódio racial,  a ganância, a violência e a lei do olho por olho, dente por dente?
É só pensar que é lá, naquele saco de lixo que está a essência da igualdade humana! Do pó viemos e ao pó voltaremos!

Autora: Conceição Gomes - Curitiba/PR

Página da autora:

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=54344

domingo, 28 de setembro de 2014

Neblina - Autor: Gerson Carvalho Silva

O ônibus chegou no horário de sempre. Preciso. O motorista era o mesmo,  assim como a maioria dos passageiros. A novidade era a neblina bastante intensa naquela manhã. A viagem até o trabalho de Gilberto, era a mesma rotina de sempre.

Entretanto, algo estava estranho. Ele jamais dormia em transporte público. Ainda mais agora que conseguira mais um emprego, o quinto em dois anos. Depois do acidente que o deixara em coma por quase dois meses, ele jamais fora o mesmo. Sua capacidade de raciocínio não era a mesma. A cada novo emprego, uma função mais simples. Era que era economista por formação, agora organizava o estoque de uma pequena empresa de cosméticos. Estivera internado em clínicas para resolver seus surtos de ausências. Clínicas que em sua opinião não passavam de novas versões dos antigos sanatórios. O sono foi chegando, pesado, irresistível. Tentou não dormir, tinha medo de chegar atrasado e perder novamente o emprego. Não conseguiu. Dormiu.

Ao acordar não reconheceu o lugar onde o ônibus parara. A neblina cada vez mais densa. O motorista não mais estava. Ninguém estava. Desceu. Andou pela rua quase sem visibilidade alguma até avistar um lugar iluminado. Era um pequeno bar. Entrou e pediu um café ao homem gordo atrás do balcão. Olhou ao redor e estranhou a clientela. Estavam fantasiados para o carnaval: um Pierrô, um Arlequim e na outra mesa vários Bate-bolas (Clóvis).

Ao servir o café o balconista disse o preço. Gilberto procurou pela carteira e não a encontrou. Ficou sem graça. O homem gordo jogou o café na pia e lavou o copo. Gilberto envergonhado já ia se retirar do bar, quando uma Colombina e uma bailarina entraram e levaram consigo o Pierrô e o Arlequim. Está parecendo folhetim barato, pensou ele. Mal estes pensamentos lhe atravessaram a mente. Ele estremeceu. Na saída do bar os Bate-bolas o cercaram e começaram a agredi-lo com suas barulhentas bolas. Cercado e desnorteado não sabia o que fazer. Foi salvo por um homem de enormes bigodes, portando um bumbo, que provocou a dispersão dos Bate-bolas e que se apresentou como Zé Pereira, a seu dispor. Saiu cantando e batendo seu bumbo:

O Pierrô apaixonado, que vivia só cantando,
Por causa de uma Colombina, acabou chorando... 
 
Passou um bloco. Todos cantam e dançam.

Quanto riso, oh! Quanta alegria.
Mais de mil palhaços no salão...

De repente, gritaria. Um palhaço se suicidara no meio da rua. Gente ao redor do cadáver. Alguém pegou a arma.

- É de brinquedo! Afirmou.

O palhaço suicida, então, levantou-se deu uma bela gargalhada e saiu cantando:

Alegria de palhaço é ver o circo pegar fogo...

Sumiu na neblina e bloco avançou até desaparecer da visão de Gilberto, que ficou pensando: é carnaval? Não me lembro. Tentou voltar ao local onde o ônibus estava. Não o encontrou. Lá estava uma menina cantando uma cantiga de roda. Aproximou-se e perguntou:

- Onde está o ônibus?

-Não sei. Foi embora o moço levou.

- Para onde, perguntou Gilberto.

- Sei lá, como vou saber? Saiu pulando e cantando Ciranda, cirandinha.

E agora, onde estou? Parece um dessas cidadezinhas onde há carnaval de rua. Mas é carnaval? Seus pensamentos começaram dar lugar ao medo. Seria uma alucinação? Tivera algumas, até ser internado. Sentou um leve torpor veio chegando.

- Cavalheiro, disse uma voz. O senhor está bem?

- Não sei. Onde estou? Não obtendo resposta.

- Vamos leva-lo até a delegacia. Ele não está falando coisa com coisa.

Na delegacia uma moça parecida com Lúcia, sua antiga namorada fez uma série de perguntas. Ele nunca soube o que respondeu.

A moça parecida com Lúcia disse que ele não parava de citar personagens do carnaval e que estavam em Setembro. Falara de um ônibus que o abandonara em uma cidadezinha, não sabia qual. Ela só não sabia explicar a grande quantidade de confete e serpentina que estavam em seu cabelo e no bolso do paletó. Tentaram em vão encontrar sua família e acabaram por encaminhá-lo ao Centro de Atendimento a Problemas Mentais. Ficou internado por algum tempo e, sem lugar para ir, não se lembrava, passou a morar nas ruas. Passou a ser conhecido como o maluco que tocava um tambor de lata e dizia ser o novo Zé Pereira...

Autor: Gerson Carvalho - Santo André S/P

sábado, 27 de setembro de 2014

Viver como casal é um carro em movimento

Autor: Carlos Costa

Casamento é contrato comercial infinito, regido pelo interesse do casal que busca perpetuar a espécie (O HOMEM DA ROSA, de Carlos Costa)

Dedicado a minha esposa Yara Queiroz, pelos nossos 17 anos de casamento.
Viver como um casal, é como se fosse um automóvel em movimento, enfrentando um trânsito pesado em uma autoestrada. É possível se chegar ao final do percurso sem atropelos, mas será difícil e exigirá muita atenção e muito cuidado do condutor para não atropelar alguém e nem ser atropelado por outro carro dirigido por motorista imprudente, talvez inebriado por novas experiências fúteis e inúteis!

Viver a dois, não é nada fácil, mas é possível. Como automóvel em movimento em uma autoestrada bem asfaltada, perigosa exigirá sempre de muito cuidado, atenção, correção de rumos, sempre respeitando a sinalização da pista, freando quando  necessário, correndo quando permitido, enfrentando sol e chuva, permitindo passagens aos mais velozes, desviando-se de buracos que sempre existirão em uma relação e evitando cair dentro deles. O carro pode quebrar na via, o guarda poderá multar, mas o importante e chegar a um final feliz, com todos os passageiros vivos.

Um carro pode ser trocado, mas na vida a dois é preferível uma boa revisão do que a troca. Mas quando é inevitável, a troca pode ser feita antes do desgaste das peças para poder seguir em frente porque nem sempre o carro que se adquire é o que desejávamos comprar. Falhas existem também na escolha de parceiros. Errar é permitido, permanecer no erro é burrice!

O convívio a dois, precisa sempre ser revisado, tal qual um carro em movimento. A elevada velocidade ou a lentidão excessiva são um perigo: pode-se sofrer um acidente ou atropelar alguém e tudo precisa funcionar como se fosse uma engrenagem perfeita para continuar sempre justa, lubrificada para continuar exercendo sua função com perfeição. Existirão consertos que necessitarão de reparos no decorrer da viagem, como um pneu furado, uma olhada pelo retrovisor, uma ultrapassagem em local proibido. Olhar para o lado, rapidamente, para ver pelo retrovisor, é permitido, mas precisa ter cuidado.

A vida a dois é como se fosse uma estrada bonita, longa, bem asfaltada, mas muito perigosa, sem acostamento, com placas furadas por tiros, outras nem sempre visíveis, escondidas pelo mato das rodovias e quase sem sinalização adequada, qualquer descuido poderá ser fatal. Pode-se cair em um barranco, quebrar para sempre o automóvel ou pode-se sair do carro ou permanecer dentro dele, dependendo de atitudes que tomamos para corrigir os rumos de uma relação a dois. Mas como em uma estrada, viver o casamento tem que passar por uma profunda revisão, onde deverão ser verificados o nível de óleo do motor, o nível de água, os limpadores de para brisas, extintor de incêndios, estepe e a parte elétrica para evitar incêndios no decorrer da viagem. O casamento tem que permitir passagem a outro automóvel que esteja andando mais veloz que o casal, respeitando a e aceitando a individualidade e a velocidade de quem tem pressa e não invadindo o direito de ultrapassagem do outro, para não estragar a engrenagem, sofrer um acidente. O automóvel, como o casal,  precisa ser constantemente reajustado, lubrificado e poder evitar os desgaste do tempo e não deixar que a vida se transforme em uma monotonia total. Se ocorreram – e sempre ocorrem, nunca se deixar abater ou se inferiorizar diante da troca. Paciência! Sinta-se forte e determinada porque os frutos do produto que estão sendo transportados no automóvel não podem ser estragados.

O carro pode chegar ao fim da estrada, velho ou parar pelo caminho ainda novo, fazer uma revisão e voltar à estrada novamente, mais seguro do que deseja fazer em sua nova viagem perigosa. Com tempo, aprende-se que a vida não gira em torno dos desejos individuais, mas das vontades e de um querer melhor para o outro. Na vida a dois, temos que vivê-la como permite que a vivamos, nos esforçando sempre para sermos cada vez melhores para os outros e para nós mesmos. Isso é totalmente possível com muito amor, entrega e respeito.

Na vida a dois, temos que transformá-la em uma constante vida de aprendizado, lubrificando cada peça, não permitindo que as fricções do tempo e as desavenças naturais permitam que desgastem, sofrendo rupturas e problemas irreparáveis. Sempre devemos recuperar a peça defeituosa antes que ela se quebre e se torne irrecuperável. É, portanto, um aprendizado constante, uma lubrificação permanente para que a peça da engrenagem que se chama casal não se desgaste pelas fricções do tempo ou pelas desavenças naturais que ocorrem. Viver a dois, é difícil, mas é possível! O que precisa ser entendido, compreendido e aceito por todos é que tudo pode acontecer de bom ou de ruim em uma relação a dois: ou se chega ao final da estrada ou se recomeça tudo de novo, desde o início. Me desviei da estrada uma vez, quis experimentar outro veículo mais novo, mas me arrependi porque nunca deve-se trocar um carro que já se conhece por um outro que ainda será conhecido e que logo poderá apresentar defeitos. 

Os filhos nascem, crescem, ganham asas, constroem seus próprios ninhos e passam a dirigir seus próprios carros, continuando um aprendizado que receberam. Não importa o tipo ou a marca do carro: o que é importa que tenha direção defensiva e ofensiva, quando estiver na estrada. Defensiva para prever os riscos e se defender dos outros; ofensiva, para gozar a vida intensamente, superando os riscos de se viver como um casal que se ama e que se quer bem!

Autor: Carlos Costa - Manaus/AM

Publicação autorizada pelo autor através de e-mail.

Título vencedor: Gandavos - Um bicho para chamar de meu

(azul cobalto)

As informações contidas na capa acima (título e autores) são apenas ilustrativas, referem-se ao livro anterior Gandavos 4

Votação:

Opção: 10 Um bicho para chamar de meu 
(Título sugerido por Maria Mineira)

Votaram:  Maria Mineira; Conceição Gomes; Flávio Fernandes; Ana Bailune; Nêodo Ambrósio de Castro; Michele Calliari Marchese; Lediene Nunes e Felipe Augusto F dos Santos.



terça-feira, 16 de setembro de 2014

Lançamento: Histórias de Uma Vida



Tenho em mãos, o livro do meu amigo Nêodo Ambrósio de Castro: “Histórias de Uma Vida.” A obra apresenta contos do cotidiano que nos remete a uma atmosfera rica e saudosista, histórias que podem acontecer a qualquer um de nós. Como disse Maria Santino, na contracapa: ¨A linguagem é de fácil assimilação, a narrativa fluída, e as descrições dos cenários nos colocam instantaneamente no universo dos personagens, que transitam em ambientes desde o mais humilde, como uma cidadezinha rural, à correria de uma grande metrópole¨.

Nêodo, além de ser um grande escritor é membro ativo da família Gandavos, é colaborador do Blog desde o início e tem participado com frequência das publicações.

Por mim, recebi com alegria o convite do amigo para ler em primeira mão os originais do livro. Assim, pude antes do público leitor, encantar-me com o universo da criação desse grande mestre da literatura brasileira.

Carlos A Lopes

O mais novo livro de Geraldinho do Engenho: A MULHER NO TEMPO DOS CORONÉIS



¨Sujeito sábio, com ar tranquilo, paciente, vivido. Um mineiro escritor de histórias, que sabe registrar a cultura de um povo, entoando os seus causos, contos e poesias com calma, respeito e mansidão. Conhece a vida das cidades, mas sua origem sertaneja o envolve deixando transparecer em seus textos, as crenças, hábitos, modos de agir do povo de Minas Gerais... Esse é o meu amigo Geraldinho do Engenho¨.