A tarde cai lentamente.
Seis horas é à hora do ângelus, da prece e do perdão. Hora em que o camponês com seus músculos contraídos El quebrados pela luta árdua e penosa da lida cotidiana, cabisbaixo dobra a sua fronte, eleva o seu pensamento para o altíssimo e pede para que os seus trabalhos sejam abençoados.
A passarada vibrante de alegria executa o último número da sua melodia e regressa de par em par para o seu morno ninho, a fim de aquecer os seus filhotinhos.
No pátio da casa grande da fazenda já se ver um rebanho de ovelhas alvas como flocos de algodão, formando assim um tapete de Arminho, para depois de alguns minutos serem banhado pelo clarão da lua cheia, esta candeia fulgurante, que vagueia pelo espaço, fazendo clarear toda imensidão, garbosa, sutil e bela, bailando como uma princesa no amplo firmamento, distribuindo alegria e poesia aos corações apaixonados.
Finalmente, a tarde morre para dar lugar ao novo dia.
E assim neste perpassar de lutas é a nossa vida inteira, sem estacionamento e sem uma felicidade completa porque cada dia a vida piora, ninguém se entende não existe amor.
O custo de vida não corresponde ao que se ganha, enquanto isso o Brasil cresce e se desenvolve, para frente altaneiro, querendo ser potência, indiferente ao drama dos seus míseros habitantes.
Ps. Quando pensei em criar o jornal ¨O Grito¨ primeiro busquei os colaboradores e em seguida convidei colegas para materializar a idéia. A primeira colaboradora visitada foi Osminda Carneiro que de imediato aceitou escrever uma matéria por edição. A hora crepuscular foi publicada na edição III, do ano de 1979, em Custódia PE.
Autora: Osminda Carneiro - Custódia/PE (..)
Autora: Osminda Carneiro - Custódia/PE (..)
Um comentário:
Lindo! Lindo! Lindo!
Adorei o que a senhora escreveu, Dona Osminda.
Um banho na minha alma.
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