Em algumas ocasiões, repetimos: "no meu tempo era diferente".
E era mesmo.
E era mesmo.
Era para nós.
Não precisávamos de televisão, o tempo de que dispúnhamos para o lazer, gastávamos brincando de pique - esconde, as meninas de "roda" e logo, nossas mães nos mandavam para a cama, onde dormíamos o sono dos justos.
Não precisávamos de computadores nem de videogames, pois jogávamos futebol, nos campinhos improvisados ou até mesmo nas ruas. Fazíamos torneios de bolinhas de good. As meninas brincavam de pular amarelinha e de casinha, com suas enormes bonecas.
Estávamos sempre correndo, nunca íamos ao médico para conferir os triglicérides ou colesterol. Não sofríamos de depressão. Na escola, tínhamos a hora do recreio. Não gastávamos nosso tempo na cantina comendo frituras e tomando refrigerantes. Brincávamos o tempo todo até que o sino nos chamavam de volta às salas de aulas.
Estávamos sempre correndo, nunca íamos ao médico para conferir os triglicérides ou colesterol. Não sofríamos de depressão. Na escola, tínhamos a hora do recreio. Não gastávamos nosso tempo na cantina comendo frituras e tomando refrigerantes. Brincávamos o tempo todo até que o sino nos chamavam de volta às salas de aulas.
Merenda? Para que? Quando muito levávamos uma fruta de casa e a comíamos durante a aula, escondido da professora, assim aproveitávamos melhor a hora do recreio para brincar.
Nos fins de semana não íamos para os clubes e piscinas onde vamos nos dias de hoje, comer churrasco e tomar cerveja e refrigerantes. Nossa piscina era o rio. Nadávamos no rio, pois suas águas, ainda, eram puras, correntes e despoluídas. Não adquiríamos doenças de pele, tão comuns nas piscinas de hoje.
Também não sofríamos de doenças respiratórias, pois respirávamos ar puro e não éramos sedentários. Tínhamos ossos fortes e músculos resistentes.
E a educação?
E a educação?
Recebíamos uma educação rígida de nossos pais. Não havia moleza. Nossas camas eram arrumadas de manhã e só eram desfeitas na hora de dormir. Não existia sesta nem cochilos. Quando não estávamos estudando ou fazendo alguma tarefa doméstica, estávamos correndo e brincando.
Por que não gostar e ter saudades daquele tempo?
Hoje crianças nessa idade vivem presas dentro de apartamentos onde passam um terço do seu tempo diante da televisão, outro terço jogando videogame e o restante na frente do computador. Exercício físico? Nenhum. Até para ir à escola, se não são levados pelos pais, têm transporte escolar.
No intervalo das aulas correm para as cantinas e consomem todo tipo de guloseimas industrializadas repletas de gorduras, conservantes e todo tipo de química prejudicial à saúde.
Vão ao médico com muita regularidade, pois precisam controlar o colesterol. As crianças estão adquirindo doenças cardiovasculares, cada vez mais precocemente. Não são tão saudáveis como as crianças de 50 anos atrás.
Por que não gostar e ter saudades daquele tempo?
Hoje crianças nessa idade vivem presas dentro de apartamentos onde passam um terço do seu tempo diante da televisão, outro terço jogando videogame e o restante na frente do computador. Exercício físico? Nenhum. Até para ir à escola, se não são levados pelos pais, têm transporte escolar.
No intervalo das aulas correm para as cantinas e consomem todo tipo de guloseimas industrializadas repletas de gorduras, conservantes e todo tipo de química prejudicial à saúde.
Vão ao médico com muita regularidade, pois precisam controlar o colesterol. As crianças estão adquirindo doenças cardiovasculares, cada vez mais precocemente. Não são tão saudáveis como as crianças de 50 anos atrás.
Mas torcem o nariz quando fazemos referência ao "nosso tempo".
Precisam trocar a televisão pela bola. Andar mais de bicicleta ou simplesmente correrem brincando de pique esconde. Nem sabem o que é isso. Mas internet, jogos virtuais, sites de relacionamentos, conhecem todos.
E mais cedo ainda começam a freqüentar os consultórios. Médicos, para atender a tanta demanda, está em falta. No meu tempo, em minha cidade, havia somente um médico, o qual, atendia além da nossa comunidade, a cidade vizinha e ainda a área rural. Não havia muito para ele fazer. Conseguia até ajudar a comunidade em outras atividades, pois havia certa ociosidade em sua função de médico.
Dizem, a nova geração, que falar disso é saudosismo.
Mas é verdade. Saudosismo de ser saudável, de não portar, prematuramente, doenças de idosos, de não estar acima do peso antes da hora. Saudosismo das peladas nos campos improvisados. Das brincadeiras noturnas. Do sono profundo e reparador, sem ajuda de calmantes. Pressão alta era coisa de idoso. Colesterol? Não me lembro de ter ouvido esse palavrão e triglicérides, então? Acho que nem saberíamos pronunciar, não faziam parte de nosso vocabulário. Era conversa de adulto e de idoso.
Então? Que tal o nosso saudosismo? Saudável?
Mas é verdade. Saudosismo de ser saudável, de não portar, prematuramente, doenças de idosos, de não estar acima do peso antes da hora. Saudosismo das peladas nos campos improvisados. Das brincadeiras noturnas. Do sono profundo e reparador, sem ajuda de calmantes. Pressão alta era coisa de idoso. Colesterol? Não me lembro de ter ouvido esse palavrão e triglicérides, então? Acho que nem saberíamos pronunciar, não faziam parte de nosso vocabulário. Era conversa de adulto e de idoso.
Então? Que tal o nosso saudosismo? Saudável?
Autor: Nêodo Ambrósio de Castro – Eugenópolis/MG
Publicação autorizada pelo autor através do e-mail do dia 25/10/2011
2 comentários:
Companheiro, eu que gosto de viajar ao passado em minhas lembranças. gostei dessa sua viagem também. Perfeitas suas colocações e precisas também. Um grande abraço desse saudosista de apenas 51 anos, dos quais vividos só à base de remédios e consultas médicas. Fiquei emocionado com seu texto, o que não qualquer vantagem para o amigo porque ando muito emotivo esses últimos tempos. Até em reuniões de amigos queridos fico emocionado, só por reencontrá-los...Um abraço,
Tempo bom. Mas foi-se embora. Mas que dá uma saudade, isso dá. Gostei. Me fez lembrar muito meu tempo de criança. Ninguém brinca mais como a gente brincava. Parabéns pela crônica.
Malthinez.
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