A extinta comunidade do Picão era situada em ambas
as vertentes do córrego conhecido como água quente. Casas simples, de chão
batido, pau a pique, amarradas de cipó. Algumas mais próximas das outras, mas
não chegou formar um núcleo que se podia dizer uma rua. Habitadas por gente
simples, muito solidária e unida. Todos eles, compadres uns dos outros.
Zé Rosa foi um comerciante na localidade, chegando a conseguir algumas economias, mas era alcoólatra, bebeu todos os recursos, e acabou fracassado. Portador de uma enorme hérnia trabalhava com grandes dificuldades para sobreviver. Como alternativa desempenhava o papel de carpinteiro. Muito lambão, mas a falta de profissionais no oficio, carpintaria, acabou dando-lhe oportunidade. Dizia sempre que um palmo dois palmos não fás diferença. Feliciano seu compadre outro pra lá de lambão vivia tirando sarro do compadre Zé Rosa.
Ocorreu o falecimento, de uma senhora muito querida na comunidade. Na época não havia as empresas papa defunto como atualmente. O caixão e a tradicional mortalha sempre eram confeccionados após a ocorrência do óbito. Uma preocupação que acabava trazendo certo transtorno principalmente quando o falecimento era repentino.
Pois bem a senhora teve o privilegia dos compadres prepararem-lhe com muita dor, mas também com muito carinho seu sepultamento. Comadre Rita esposa de Feliciano costurou durante a noite sua mortalha, e compadre Zé Rosa ficou com a incumbência de fabricar o caixão. Na sala da falecida o velório com muito respeito e orações. No quarto que em vida pertencera à falecida a máquina vibratória deslizou durante boa parte da noite, ajuntando carinhosamente os recortes de tecido. Na varanda do paiol, o banco de carpinteiro, os materiais necessários, mais um garrafão de pinga outro de querosene um abastecendo a lamparina que iluminava o trabalho o outro abastecendo o artífice confeccionando o caixão. Entre uma e outra, martelada uma dose de pinga era ingerida, dando mais força ao carpinteiro. Enquanto na sala as comadres soluçavam ao ouvir tristemente as pancadas do martelo, la na varanda o carpinteiro também soluçava, mas de bêbado. Quando raiou o dia estava pronto. O caixão sobre o banco. Mais morto que vivo estirado no chão o carpinteiro.
Chegado o mais triste momento, a hora da partida. Colocar aquela pobre mãe no caixão, foi impossível, sobrou mais de vinte centímetros do cadáver, o caixão ficou curto. Tentaram de todas as formas, mas quem disse que defunto encolhe, após ter esfriado. Feliciano despejou uma lata de água na cabeça do seu amigo. - Levanta compadre, você diz sempre que um palmo dois palmos não é diferença venha ver seu trabalho como ficou excelente... E agora? Fás ou não diferença. Mais bêbado que uma porca, Zé Rosa fez uma emenda das mais horrorosas no caixão atrasando o sepultamento, por quase meio dia. Causando grande transtorno e comoção à família e a todos os presentes.
Zé Rosa foi um comerciante na localidade, chegando a conseguir algumas economias, mas era alcoólatra, bebeu todos os recursos, e acabou fracassado. Portador de uma enorme hérnia trabalhava com grandes dificuldades para sobreviver. Como alternativa desempenhava o papel de carpinteiro. Muito lambão, mas a falta de profissionais no oficio, carpintaria, acabou dando-lhe oportunidade. Dizia sempre que um palmo dois palmos não fás diferença. Feliciano seu compadre outro pra lá de lambão vivia tirando sarro do compadre Zé Rosa.
Ocorreu o falecimento, de uma senhora muito querida na comunidade. Na época não havia as empresas papa defunto como atualmente. O caixão e a tradicional mortalha sempre eram confeccionados após a ocorrência do óbito. Uma preocupação que acabava trazendo certo transtorno principalmente quando o falecimento era repentino.
Pois bem a senhora teve o privilegia dos compadres prepararem-lhe com muita dor, mas também com muito carinho seu sepultamento. Comadre Rita esposa de Feliciano costurou durante a noite sua mortalha, e compadre Zé Rosa ficou com a incumbência de fabricar o caixão. Na sala da falecida o velório com muito respeito e orações. No quarto que em vida pertencera à falecida a máquina vibratória deslizou durante boa parte da noite, ajuntando carinhosamente os recortes de tecido. Na varanda do paiol, o banco de carpinteiro, os materiais necessários, mais um garrafão de pinga outro de querosene um abastecendo a lamparina que iluminava o trabalho o outro abastecendo o artífice confeccionando o caixão. Entre uma e outra, martelada uma dose de pinga era ingerida, dando mais força ao carpinteiro. Enquanto na sala as comadres soluçavam ao ouvir tristemente as pancadas do martelo, la na varanda o carpinteiro também soluçava, mas de bêbado. Quando raiou o dia estava pronto. O caixão sobre o banco. Mais morto que vivo estirado no chão o carpinteiro.
Chegado o mais triste momento, a hora da partida. Colocar aquela pobre mãe no caixão, foi impossível, sobrou mais de vinte centímetros do cadáver, o caixão ficou curto. Tentaram de todas as formas, mas quem disse que defunto encolhe, após ter esfriado. Feliciano despejou uma lata de água na cabeça do seu amigo. - Levanta compadre, você diz sempre que um palmo dois palmos não é diferença venha ver seu trabalho como ficou excelente... E agora? Fás ou não diferença. Mais bêbado que uma porca, Zé Rosa fez uma emenda das mais horrorosas no caixão atrasando o sepultamento, por quase meio dia. Causando grande transtorno e comoção à família e a todos os presentes.
Geraldinho do Engenho - Bom
Despacho/MG
Publicação autorizada pelo
autor
2 comentários:
Muito bom este causo. Parabéns.
Que tragi-comédia! rsrsrs Fiquei imaginando a cena do caixão sendo confeccionado ao lado e onde era o velório. Que situação! Abraços.
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