Autor: Carlos Costa
“Eia, senhores! Mocidade
viril! Inteligência brasileira! Nobre nação explorada! Brasil de ontem e
amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta”.
Com a
citação da “Oração aos Moços”, do
discurso do tribuno, jurista, político, filólogo, tradutor e orador do grande
brasileiro de Salvador Rui Barbosa e pedindo-lhe licença para tal ousadia,
desejo escrever minha “Carta aos Jovens” brasileiros que, de cara limpa,
tiveram a coragem de ir às ruas reivindicar e bradar com cartazes, muitos
feitos às pressas, e alguns, rejeitando o apoio de partidos políticos, para
exigir a construção de um novo Brasil, que deverá nascer dos restos da
destruição dos saques, roubos e outros vandalismos cometidos por marginais,
escondidos como ladrões, baderneiros, aproveitadores e saqueadores de bens
públicos e privados, com seus rostos cobertos para não serem reconhecidos pelas
câmeras policiais. Mas essa Carta é dirigida aos jovens
brasileiros de caras limpas, apenas!
Nessa “Carta aos Jovens”, igualmente à “Oração aos Moços”- discurso por ocasião dos
cinquenta anos daquele grande baiano muitas vezes incompreendido e criticado em
sua época, devo dizer que podemos ter perdido parte de nossa “autonomia”; mas, não a dignidade!
Como Rui Barbosa pediu no passado, para que os moços formados em
direito, colocassem suas “mãos à obra da nossa reconstituição interior; mãos à obra de
reconciliarmos a vida nacional com as instituições nacionais; mãos à obra de
substituir pela verdade o simulacro político da nossa existência entre as
nações” e peço aos novos
jovens brasileiros de hoje para que também “trabalhai por
essa que há de ser a salvação nossa. Mas não buscando salvadores. Ainda vos
podereis salvar a vós mesmos,” porque
também repito aos novos jovens que todos nós brasileiros temos direito a um
novo país sem corrupção nas pontas, com projetos sociais – saúde, escola,
educação, saneamento básico e habitação popular, entre outros – e contra
processos jurídicos e projetos legislativos que se arrastam por anos até serem
votados beneficiando mais os próprios representantes do que os representados.
Um novo Brasil que distribua melhor e para todos os precários e caros serviços
públicos. Um novo Brasil que poderá e deverá nascer a partir dessas
manifestações democráticas, não poderá ter em sua estrutura, nada disso! Terá
que ser limpo, como são as mentes das crianças, além de ético e moral, também.
Dentre
os muitos manifestantes como já era previsível, em muitas capitais houve
depredações, saques em lojas, bancos, caixas eletrônicos, atos de destruição de
patrimônio público e privado, semáforos, placas de rua, trânsito, pardais e
tentativa de invasão a prefeituras, mas que não representam a grande maioria do
povo brasileiro. Contudo, causou prejuízos financeiros em todos os Estados. A
esses poucos marginais infiltrados dentro da maioria civilizada e ordeira,
devem ser tratados como casos de polícia. Aos outros, lhes deve dado o sagrado
direito de reivindicar de forma ordeira e civilizada.
Segundo fichamento da disciplina Metodologia da Pesquisa e do Trabalho
Jurídico, ministrado pela mestra professora Ionete de Magalhães Souza, da
Universidade de Montes Claros (MG), realizado pelo aluno Comphúrcio Allyson
Mota Fraga, a “Oração
aos Moços” é “uma carta que tem
como tema central a ética profissional. Nela se vê uma espécie de pedido
insistente e humilde extremamente bem arquitetado”.
Segundo o trabalho do aluno “há o manifesto do autor em relação à esperança
depositada por ele naqueles moços, iniciantes na carreira jurídica, a
continuarem o trabalho o qual ele estaria prestes a cessar. Em tom
emocionante, o mesmo explica o fato de não poder estar em presença naquele
momento, depositando a responsabilidade em Deus.”
Como Rui Barbosa agradeceu a Deus por poder estar vivo e poder dirigir
sua “Oração
aos Moços” aos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo, em seus
50 anos de militância jurídica, também agradeço aos jovens como também já
fui e participava de movimentos sociais nas ruas contra a ditadura militar, por
poder escrever-lhes essa “Carta aos Jovens” e,
também, agradecer à Deus por me permitir estar vivo e assistir pela TV tamanho
envolvimento manifestação de estudantes, senhoras e crianças de caras limpas
exigindo transparência pública, civismo e o fim da corrupção que envergonha a
todos os contribuintes honestos desse Brasil, que deve desaparecer para surgir
outro, a partir do clamor popular das ruas.
Parabéns aos jovens brasileiros é o que lhes posso
desejar, sentado atrás de meu computador, escrevendo-lhes essa crônica e
pedindo-lhes que não desistam jamais, porque todos estão nas ruas com um
propósito de iniciar a construção de um novo país e eu, tomando meus remédios e
batendo palma para vocês e os admirando sempre, apesar das badernas que estão
sujeitos, mas isso é um caso de polícia e não dos jovens, meus bravos jovens
brasileiros. Da desordem se construirá uma nova ordem, ou melhor, um novo Brasil!
Assim, eu espero e desejo porque não quero mais ser censurado pela ditadura
novamente, como já ocorreu no passado. Quero e desejo um novo Brasil, a partir
de todas as demonstrações de amor e civismo.
http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/
Autor: Carlos Costa - Manaus/AM
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Publicação autorizada pelo autor
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Um comentário:
Então meu amigo Costa, gostei da sua posição e do seu texto oportuno. Não há como controlar um movimento dessa natureza sem alguns pecados praticados por alguns, infelizmente. Porém o todo é o movimento saudável e que tem obtido resultados e apreços da sociedade pois refletem o pensamento da maioria dos brasileiros.
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