terça-feira, 28 de maio de 2013

Carta aos jovens! (O Brasil acordou)

Autor: Carlos Costa

“Eia, senhores! Mocidade viril! Inteligência brasileira! Nobre nação explorada! Brasil de ontem e amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta”.  
Com a citação da “Oração aos Moços”, do discurso do tribuno, jurista, político, filólogo, tradutor e orador do grande brasileiro de Salvador Rui Barbosa e pedindo-lhe licença para tal ousadia, desejo escrever minha “Carta aos Jovens” brasileiros que, de cara limpa,  tiveram a coragem de ir às ruas reivindicar e bradar com cartazes, muitos feitos às pressas, e alguns, rejeitando o apoio de partidos políticos, para exigir a construção de um novo Brasil, que deverá nascer dos restos da destruição dos saques, roubos e outros vandalismos cometidos por marginais, escondidos como ladrões, baderneiros, aproveitadores e saqueadores de bens públicos e privados, com seus rostos cobertos para não serem reconhecidos pelas câmeras policiais. Mas essa Carta é dirigida aos jovens brasileiros de caras limpas, apenas!
Nessa “Carta aos Jovens”,  igualmente à “Oração aos Moços”-  discurso por ocasião dos cinquenta anos daquele grande baiano muitas vezes incompreendido e criticado em sua época, devo dizer que podemos ter perdido parte de nossa “autonomia”; mas, não a dignidade!
Como Rui Barbosa pediu no passado, para que os moços formados em direito, colocassem suas “mãos à obra da nossa reconstituição interior; mãos à obra de reconciliarmos a vida nacional com as instituições nacionais; mãos à obra de substituir pela verdade o simulacro político da nossa existência entre as nações” e peço aos novos jovens brasileiros de hoje para que também “trabalhai por essa que há de ser a salvação nossa. Mas não buscando salvadores. Ainda vos podereis salvar a vós mesmos,” porque também repito aos novos jovens que todos nós brasileiros temos direito a um novo país sem corrupção nas pontas, com projetos sociais – saúde, escola, educação, saneamento básico e habitação popular, entre outros – e contra processos jurídicos e projetos legislativos que se arrastam por anos até serem votados beneficiando mais os próprios representantes do que os representados. Um novo Brasil que distribua melhor e para todos os precários e caros serviços públicos. Um novo Brasil que poderá e deverá nascer a partir dessas manifestações democráticas, não poderá ter em sua estrutura, nada disso! Terá que ser limpo, como são as mentes das crianças, além de ético e moral, também.
Dentre os muitos manifestantes como já era previsível, em muitas capitais houve depredações, saques em lojas, bancos, caixas eletrônicos, atos de destruição de patrimônio público e privado, semáforos, placas de rua, trânsito, pardais e tentativa de invasão a prefeituras, mas que não representam a grande maioria do povo brasileiro. Contudo, causou prejuízos financeiros em todos os Estados. A esses poucos marginais infiltrados dentro da maioria civilizada e ordeira, devem ser tratados como casos de polícia. Aos outros, lhes deve dado o sagrado direito de reivindicar de forma ordeira e civilizada.
Segundo fichamento da disciplina Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Jurídico, ministrado pela mestra professora Ionete de Magalhães Souza, da Universidade de Montes Claros (MG), realizado pelo aluno Comphúrcio Allyson Mota Fraga, a “Oração aos Moços” é “uma carta que tem como tema central a ética profissional. Nela se  vê uma espécie de pedido insistente e humilde extremamente bem arquitetado”.
Segundo o trabalho do aluno “há o manifesto do autor em relação à esperança depositada por ele naqueles moços, iniciantes na carreira jurídica, a continuarem o trabalho o qual ele estaria prestes a cessar. Em tom emocionante, o mesmo explica o fato de não poder estar em presença naquele momento, depositando a responsabilidade em Deus.”
Como Rui Barbosa agradeceu a Deus por poder estar vivo e poder dirigir sua “Oração aos Moços” aos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo, em seus 50 anos de militância jurídica,  também agradeço aos jovens como também já fui e participava de movimentos sociais nas ruas contra a ditadura militar, por poder escrever-lhes essa “Carta aos Jovens” e, também, agradecer à Deus por me permitir estar vivo e assistir pela TV tamanho envolvimento manifestação de estudantes, senhoras e crianças de caras limpas exigindo transparência pública, civismo e o fim da corrupção que envergonha a todos os contribuintes honestos desse Brasil, que deve desaparecer para surgir outro, a partir do clamor popular das ruas.
Parabéns aos jovens brasileiros é o que lhes posso desejar, sentado atrás de meu computador, escrevendo-lhes essa crônica e pedindo-lhes que não desistam jamais, porque todos estão nas ruas com um propósito de iniciar a construção de um novo país e eu, tomando meus remédios e batendo palma para vocês e os admirando sempre, apesar das badernas que estão sujeitos, mas isso é um caso de polícia e não dos jovens, meus bravos jovens brasileiros. Da desordem se construirá uma nova ordem, ou melhor, um novo Brasil! Assim, eu espero e desejo porque não quero mais ser censurado pela ditadura novamente, como já ocorreu no passado. Quero e desejo um novo Brasil, a partir de todas as demonstrações de amor e civismo. 



Autor: Carlos Costa - Manaus/AM

http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/

Publicação autorizada pelo autor
Poderá também gostar de:

Um comentário:

Carlos A. Lopes disse...

Então meu amigo Costa, gostei da sua posição e do seu texto oportuno. Não há como controlar um movimento dessa natureza sem alguns pecados praticados por alguns, infelizmente. Porém o todo é o movimento saudável e que tem obtido resultados e apreços da sociedade pois refletem o pensamento da maioria dos brasileiros.