terça-feira, 2 de outubro de 2012

Entre amigos

 
Carlos Costa:
 
Enquanto preparo meu apartamento que recebi com dois anos e sete meses de atraso devido a um ajuste no projeto inicial, estou lendo na varanda de minha sacada o livro GANDAVOS - OS CONTADORES DE HISTÓRIA e, dentre as excelentes crônicas, encantei-me especialmente com uma escrita pelo companheiro FERNANDO JOSÉ CARNEIRO DE SOUZA "PAISAGENS DA MEMÓRIA - A FEIRA".
Mesmo sem ter sido convidado pelo autor, viajei para Custódia em sua bela narrativa. Como sei que o companheiro também lerá esse meu comentário, devo dizer que tudo o que o amigo descreveu em sua belíssima crônica, também se registravam em minha Manaus de outrora, fins dos anos 60 e início dos 70.
Em frente a escola Adalberto Valle, onde estudei meu "primário"todo, havia um macaquinho com um atirador de facas. O atirador tinha um defeito na mão, mas o macaquinho, não. O atirador jogava a faca contra o pobre macaco e este aparava a quantas fossem arremessadas em sua direção. O uso de lombrigas dentro de garrafas para a venda de remédios para verme também era comum, a cobra que nunca saia também.
Enfim, como diz o companheiro Carlos Lopes em crônica sobre os porquinhos da índia que ele cria, também existia a padra de gelo grande e o ralador que servia o gelo -rala-rala, em Manaus - dentro de um copo pequeno, descartável, nos sabores groselha, framboesa ou coco, sempre em cores vivas. Também tinha os vendedores de garapas de cana.
Ufa, Fernando, você foi fundo em minhas lembranças.
Como disse, não estou escrevendo nada agora, exceto uma crônica que publicarei um dia após minha mudança para o meu novo apartamento.
Como está quase concluída, eu a envio para os amigos, mas ainda poderei acrescentar ou modificar esse texto. É só o esboço do que estou escrevendo:.
Um abraço a todos
Carlos Costa
Manaus/AM
 
Fernando José:
 
Caro Carlos Costa,

Recebi seu e-mail e fiquei feliz em saber que você gostou e se identificou com as passagens vivenciadas na feira de Custódia. E que as associou com vivências próprias na sua cidade Manaus. Mesmo com sua imensa vastidão, esse país guarda traços característicos entre si em regiões tão distantes. Existe uma forte ligação cultural e humana entre norte e nordeste do Brasil. O norte sofreu forte migração do nordestino nos séculos anteriores, o que nos permite visualizar traços culturais comuns, apesar de fisiograficamente serem regiões tão distintas.
Pouca técnica tenho com a escrita. Valho-me do emocional para suprir essa deficiência em minhs descrições, pois a profissão que exerço está a anos-luz do mundo das letras. Portanto não é fácil, para mim, escrever um texto. Facilitam-me as reminicências e antigas recordções que, quando vêm à tona, sensibilizam a alma. E aí eu, maliciosamente, tiro proveito da situação.
Gostei bastante do seu texto MINHA AMANTE, principalmente pela descrição esmerada e um final surpreendente. No geral o livro GANDAVOS - OS CONTADORES DE HISTÓRIAS me surpreendeu pelos textos ali presentes. Espero num futuro próximo, novas edições com sua participação, dos companheiros e de novos amigos que por ventura se arrisquem a mandar textos para essa nova publicação.
Despeço-me, desejando-lhe boa sorte em novos empreendimentos.
Do companheiro




Fernando José Carneiro de Souza
Custódia/PE

2 comentários:

Carlos A. Lopes disse...

Os amigos Carlos Costa e Fernando José concordam que o livro Gandavos - Os contadores de história foi melhor do que o esperado. Aliás, todos os autores foram surpreendidos, isto por conta do mundo de incertezas que vivemos. No entanto o livro é uma realidade e prova que ainda podemos fazer alguma coisa para mudar esse ¨quadr¨desastroso que está ali, bem nas nossas ventas. E contra esse ¨lixo¨ culturam e as vezes nos tira a inspiração e a convicção, vem aí o livro GANDAVOS - Os contadores de histórias II (título provisório).

Ana Bailune disse...

Tristinha, ainda não recebi o meu... chuif...