Esta
história todo mundo conta, mas ninguém imagina que ela foi de fato acontecida
com o Expeditão, na única vez que o moço viajara a Belo Horizonte. Comprou sua
passagem de volta pra Tabuí e, ao encontrar um seu amigo que vinha da Bahia,
sujo e mal arrumado, que nem sabia conversar direito com o povo da cidade,
ofereceu-se para ajudá-lo. Foi comprar a passagem pra ele também.
- Óia, moço, agora me dá passage pro Esbuí patabuí.
- Ãhn? Cê qué passagem pra ondé? – perguntou, distraído, com a educação característica, o homem do guichê da estação ferroviária.
- Passage pro Esbuí patabuí...
- Olha, moço, presse lugá aí tem passagem não.
- Causdiquê qui num tem?
- Ó, cê qué sabê? Pra Esbuí não tem passagem e nem trem!
Expeditão, chateado da vida com a desfeita do moço, volta ao seu amigo e dá a notícia:
- Óia, Esbuí, o bietero avisô que procê num tem passage não. E que nem no trem ocê entra.
Autor: Eurico de Andrade - Brasília/DF
Publicação autorizada através de e-mail de 07/05/2012
4 comentários:
Parabéns pelo conto, muito divertido. Já havia lido outros contos de Eurico. Ele é muito bom, bom até demais.
kkk êta minerim danado... ri demais, muito bom.
Obrigado, Patricia e Geisa. Abração procêis de um caipira mineiro.
kkkk. Muito engraçada! Como dizem os caboclos aqui no Amazonas: "vote"! Um abraço. Adorei.
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