Autor: Carlos Costa
Isso se deu quando os poetas Jorge Tufic e Aloísio Sampaio, este já falecido, estiveram em minha residência para comemorar comigo meus pouco mais de trinta anos que carregava às costas. Muito uisque rolou nesse dia, até que o poeta Aloísio Sampaio dormiu na cadeira.
Foi um presente maravilhoso sem dúvida, mas meu filho do primeiro casamento, naépoca com pouco mais de 10 anos de idade, começou a dizer-me que bicho era para ser criado solto na natureza e não preso em gaiola. Tentei argumentar o contrário com ele, mas não tive qualquer sucesso. Com aquela idade, já era ecologista!
Já criava periquitos australianos, duas cachorras e também um jabuti que era alimentado com folhas de couve ou alface! Na realidade, a Kika era alimentada commuito amor, carinho e versos do poeta.
Mais tarde, adquiri uma cachorra da raça “pastor alemão”, pelagem preta, e passei a chamá-la de Madona. Depois, um “podle” foi morar em minha residência também.
- Pai, quando é que o senhor vai libertar esses periquitos da gaiola, onde eles vivem como prisioneiros? – inquiriu-me meu filho.
- Nunca! – respondi, acrescentando que “o poeta foi morar em Fortaleza e ele ainda pode querê-la de volta”, refindo-me à Kika, só para justificar, porque não tinha qualquer notícia de meu amigo na época, até que o reencontrei pela internet.
Um dia, meu filho acordou cedo, foi no quintal e soltou todos os meus pássaros, inclusive a Kika!
-Pai, venha aqui no quintal? – chamou-me.
Fui. Observei que não havia pássaros nas gaiolas, que os criava com tanto carinho e muitas caixas de alpistes!
- Que aconteceu, meu filho? – perguntei.
- Não sei, pai! Acho que o senhor deixou as gaiolas abertas e eles voaram rumo à liberdade!
Entendi que meu filho estava mentindo, mas devido sua imensa alegria por tê-los soltados, como sempre fora seu desejo, nada falei. Mas não sei dizer se a Kika ou os outros periquitos australianos ainda vivem! Mas que sinto saudades, ah, isso é verdade!
Autor: Carlos Costa - Manaus/AM
Autor: Carlos Costa - Manaus/AM
3 comentários:
(Padrão usado em todos os textos comentados para dar a todos um tratamento igual). Fazendo pois uso dos critérios apontados no regulamento, deixo aqui minha impressão: ortografia, gramática e pontuação indicam que o texto precisa de pequena revisão, detalhes que não prejudicam a narração da lembrança nem as boas associações à poesia que o texto traz, é bom que se destaque. Um relato simples e convincente e embora eu não tenha me sentido totalmente envolvido pela história, outros leitores provavelmente terão uma medida de envolvimento maior, já que o texto não se distancia da proposta do concurso (observando o requisito de demonstração de afeto pelo animal). Avaliação pessoal: bom. Parabéns à autora ou ao autor. (Torquato Moreno)
Assim como acontece com as pessoas a quem amamos, os animais também se tornam eternas lembranças.Tanto que, naturalmente, os incorporamos às nossas histórias de vida, e vez em quando nos pegamos presos às suas lembranças. Taí, Kika é um amor! Boa leitura! Marina Alves.
A historinha de Kika é um alerta aos ecologistas porque de nada adianta manter os animais soltos se seus habitats são sistematicamente degradados. O texto é de agradável leitura pela simplicidade das imagens sugeridas. Parabéns à autora ou autor.
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