Um lindo e perfeito balé de fraldas de pano
dançando ao sol e conversando com o vento!
Era assim que eu via as fraldas brancas de
algodão, lavadas com sabão Cutia, e lançadas ao sol para secar em varais, com
pregadores de roupa que pareciam cabeças de pessoas presas às cordas!
Como não é possível atribuir a uma só pessoa o
invento da fralda descartável, pois foi resultado de um somatório de pequenas
melhorias e, como isso também não é relevante na crônica, deixarei de informar
que nos anos 40 nos Estados Unidos ocorreu uma escassez de algodão devido à
guerra.
Também nada escreverei que foi na Suécia que
surgiu a primeira fralda descartável no mundo, e que também na mesma década e
semana, nos Estados Unidos, Marion Donovan inventou uma capa impermeável para
proteger a fralda da saída de líquidos, resultado de urina e fezes feitas pelas
crianças, porque isso também não relevante.
Como também nada direi que as primeiras fraldas
foram produzidas com restos de cortinas de banho e, que em seu interior, eram
colocados panos convencionais de algodão que, se tornavam lindas e colocadas
para “quarar” ao sol, produziam efeito de bandeirolas brancas com um efeito de
paz, balançando ao sol! Achava lindo aquele balé frenético de panos dançando ao
sol e ao vento.
Via aquilo com olhos arregalados de menino que
tinha pressa em crescer para frequentar filmes impróprios para menores de 12,
14, 16 e de 18 anos, e quando passei a frequentá-los, eram apenas filmes de
violência e não tinham nada demais! Os impróprios para menores de 18 anos,
também não tinham nada demais!
Havia os chamados “ladrões de roupas” ou de “galinhas”,
que entravam nos quintais das casas sem muro e levavam tudo o que podiam
roubar. Mas para quê os ladrões levavam as fraldas de pano, que mais pareciam
bandeiras brancas, em minha imaginação de adolescente sonhador? Será que os
ladrões as levavam para colocá-las em suas crianças? Nunca haverei de saber!
Ah!
Ah, mas como era lindo ver um balé de fraldas
brancas balançando ao vento, pedindo paz para não morrerem tão rapidamente com
o advento das fraudas descartáveis, que tiraram toda essa beleza e romantismo
no balé que existia nas fraldas de pano!
Ah, isso era lindo demais!
Autor: Carlos Costa - Manaus/AM
Blog do autor: http://carloscostajornalismo.blogspot.com/
Publicação autorizada através de e-mail de 07/04/2012
3 comentários:
Ah, isso era (É) lindo demais! Sua crônica É linda demais.
Aqui também existia os tais roubos de galinhas. Era na maioria o pessoal da cerveja. Aqui mesmo tinha um delegado farrista que fazia parte dos tais roubos. Em geral a galera convidava alguém da casa de onde fora roubada a tal galinha. É evidente que no meio da farra o segredo era revelado. E tudo ficava na santa paz.
Ah, elas eram bonitas, limpinhas no varal... mas quem já as lavou, pode dizer com certeza: as descartáveis são bem melhores! Rsrsrs...
Postar um comentário