Ah, se não fosse a imaginação o que seria dos
que escrevem ficção...? Como é envolvente a magia da nossa própria
transformação em herói em bandido em mocinha... Imaginamos tais personagens,
muitas vezes transferimos para estes, os nossos próprios sentimentos, hábitos e
gostos e criamos situações, cenários, enredos intrigantes, nos situamos e
passamos a viver como se de fato personagens fossemos. Eu posso imaginar um
ser, tomar sua forma, suas dores, eu posso falar de uma ilusão que se foi e eu
não sei por que se foi; eu posso falar de amor, eu posso culpar o meu anjo da
guarda por ter aberto a porta do meu coração para esse amor entrar; eu posso
falar do quanto brigávamos e quanto representávamos para um teatro sem platéia;
eu posso falar da experiência de ter chorado por alguém; eu posso falar de amor
não correspondido e, finalmente, eu posso falar de um adeus antes do esperado,
um adeus de quem não escolhi pra receber... Para em seguida desnudar-me da
personagem e deletar sua história...
Autora: Zélia Maria Freire - Natal/RN
Publicação autorizada através de e-mail de 22/032012
3 comentários:
Então Zélia, adorei sua crônica, aliás, adoro o que você escreve. Todo ser humano tem imaginação, porém dá inveja dos escritóres, eles usam e abusam dela. E fazem coisas maravilhosas! Um beijo
Como diz a música: ¨Ele tem tres carros mas eu posso voar¨. Enfim, é o universo da ficção ou da imaginação. Um abraço querida Zélia Freire.
Zélia, adorei sua crônica mas confesso que sempre tive dificuldades em concluir meus livros porque a história me conduz e não donduzo minha história. Escrevi um romance CAUSA MORTIS: OCITOCINA DE AMOR (GOOGLE), o primeiro que conseguir escrevê-lo todo, tive dificuldades para concluí-lo porque narrei uma estória tão frenética que, ao final, fiquei em dúvida como concluí-lo porque havia três opções possíveis: ou o persongem narrador casava com sua amada (descartei porque teria que direcionar o romance para outro caminho), continuar apaixonado mas recusando-se a ser "amante" apenas e ao final, o "matei" de amor,com câncer. Você tem toda razão: não conduzimos os personagens, apenas os criamos. Eles depois nos conduz, só devemos ter o cuidado de continuar com a mesma estória e não fugir dela. Esse romance também está publicado em meu blog pessoal. Um abraço,
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