Viveu em Custódia um pequeno GRANDE homem: Zé Biá. Era de estatura pequena, devia ter no máximo um metro e
meio de altura. Mas de grande valor, era pai de família, trabalhador e
tornava-se um gigante quando puxava ar dos seus pulmões e seus lábios junto ao
pífano transformava o som em música. Nos dias de festa sua presença era
indispensável, ele nos fazia feliz com sua música. Tinha uma senhora, dona
Felizarda, que dançava ao som do pífano.
Houve um tempo que ele trabalhou de caseiro ou
morador, como se diz ai no sertão, no sítio de Dona Anita, minha querida tia- avó e mãe de criação. A casa
principal ficava próxima a Rua da
Várzea e a casa de Zé Bia ficava
no extremo oposto, acredito, que minha avó quis que ele ficasse ali para tomar
conta do que estava fora do alcance de sua visão. A choupana ficava do outro
lado do riacho. Era um antigo engenho de cana do falecido esposo de Mãe Nita, o
senhor Antônio Remígio da Silva,
pai de José, Claudionor, Murilo, Maria
Dulce, Maria Eunice.
Zé Biá era casado com Dona Maria, também pequenina e nunca tirava um pano da cabeça e
tinha os seguintes filhos: Felix, Luis,
Manoel, Lurdes e Margarida. As meninas foram minhas amigas de infância.
Brincamos muito de casinha e bonecas lá no sítio. Depois eles saíram de lá. No
dia 11 de outubro de 1963 minha avó faleceu e alguns anos depois uma enchente
provocada por uma barragem que estourou derrubou a casa principal.
Zé Bia foi morar na Cacimba Nova e nos dias de feira ele e a família ia para a cidade.
Depois perdi o contato com eles. No ano de 1973, não pensei duas vezes para
tirar essa foto ao lado do meu amigo.
Zé Bia, hoje em dia deve ser músico lá no céu. Vive
tocando ladainhas e benditos para Nossa Senhora. Ou então ele deve estar
agachadinho diante do trono do Todo Poderoso suplicando com música por todos
que vivem no sertão.
OBS: Escolhi esse
título, O Zé Bia que eu conheci, por que falo apenas daquilo que recordo. Tem
muito para ser dito sobre nosso personagem. Meu tio Dr. Pedro Pereira Sobrinho
me disse que alunas da Escola Normal Ernesto Queiroz, fizeram uma biografia de
Zé Bia. Também tem um documentário feito pela TV Universitária de PE, segundo
Zé Melo foi gravado em 1978. Deixo aqui meu apelo, se alguém ainda tiver esse
material, peço que encaminhe para Paulo, para ser publicado aqui no Blog.
Depois que publicaram o texto falando de Doca, descobri que o nome dele era
Diocleciano. Espero descobrir também o nome de Biá.
Autora: Jussara Pereira Burgos - Brasília/DF
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