Autora: Maria da Conceição Santos Nascimento
Planejamos uma viajem há muito tempo
atrás, para Vila dos Milagres em Minas
Gerais. Só se pensava sobre isso. Meus amigos já estavam eufóricos de tanto
pensar em como seria esse lugar tão desejado. Não sabíamos como chegar lá. Pegamos
a bagagem e o GPS e partimos estrada a fora.
Estávamos em alta velocidade quando avistamos
um vilarejo e resolvemos parar. Nem uma pessoa, só se via uma igreja e uma
escola ao mesmo lado em ruínas logo adiante uma pensão e uma parada de ônibus muito
assustador.
Começamos a gritar: ─ Alguém nesse
lugar?... O vento uivava e o eco da nossa voz repetia. Era de dar medo. Meus
amigos não estavam se sentindo bem no local. Mesmo assim tínhamos curiosidade
de saber onde estavam todos. Vimos uma casa e resolvemos entrar para descansar
um pouco. Dormimos no chão, ouvimos um grito como se alguém estivesse sendo
sufocado. Procurei os meus amigos, eles tinham sumido. Sai aos prantos sem saber para onde ir, entrei em uma mercearia
com portas azuis, chamando os nomes deles: Tonho, Bina, Bartor apareçam, estou
com medo. Bem longe avisto uma mulher na praça com uma criança sentada em baixo
de uma árvore,corro feito louca e pergunto se ela viu três jovens por ali .
Elas me olham de um jeito esquisito e
apontam com o dedo .
Percebo que eram mudas.
Vou em direção onde elas mandaram, estava
com muita sede vejo um carro parado na
estrada e pergunto se o casal tem água eles me dão, um gosto horrível , mesmo assim
eu bebi, eles olharam meios estranhos para mim e nada falaram, estavam pálidos
feito defuntos.
Sigo o caminho e o casal vão me
acompanhando e me desespero, agora que eu vou morrer.
Do
outro lado as casas estão em boa
condições.
Entro em umas delas e começo a fuçar as
coisas dentro delas e ao mesmo tempo espero rever os meus amigos, mas nada
deles, começo a comer e beber e o casal me observava eu já sabia que estava
preste a morrer. O casal me pergunta se já vi o paraíso e se eu queria
conhecê-lo, comecei a chorar.
O
que posso fazer? Eu fui... Pensei que ia morrer. Entrando no caminho parecia
estar entrando em outro mundo, senti uma sensação estranha parecia que estava
me reencontrando, vi um lugar muito perfeito que nunca tinha visto antes.
Entramos e foi ali que entendi o sumiço dos meus amigos e o abandono daquela
cidade pois os moradores encontraram aquele lugar como refugio para suas almas.
Autora: Maria da Conceição Santos Nascimento - Dias de Ávila/BA
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