domingo, 4 de agosto de 2013

Surpresa agradável

Autora: Sonia Biasus

Marina e Alberto viviam em um apartamento, de frente para o mar, na cidade de Florianópolis. A visão que tinham da sacada do apartamento era deslumbrante.
Todas as manhãs, Alberto levantava-se bem cedo e ia à padaria comprar pão para o café da manhã. Em uma destas manhãs Alberto, absorto em seus pensamentos, caminhava pela rua e sem querer tropeçou em um amontoado de papelão que se punha no seu caminho, ou melhor, que estava no caminho da padaria. Ao tropeçar algo se mexeu em meio aos papéis e gemeu levemente, como se estivesse acordando ou sentido dor.
Alberto começou vasculhar os papelões e descobriu uma criança ali dormindo. Esta se apresentava com uma roupinha muito simples e com os pés descalços. Alberto abaixou-se e perguntou à criança porque é que ela estava dormindo ali. A menina respondeu que não sabia, mas que estava com frio e com fome. Alberto recolheu a menina e a levou para sua casa.
Marina, ao ver Alberto chegar com uma criança, ficou assustada e perguntou o que aquilo significava e Alberto contou todo o fato. Marina pegou-a no colo e conversou calmamente com a menina.
Marina e Alberto não tinham filhos, mas muito queriam ter, porém já estavam casados há dez anos e ainda não tinham conseguido realizar seu sonho: ter um bebe.
Enquanto Alberto preparava o café Marina deu um banho na menina e a agasalhou e em seguida sentaram-se a mesa para tomar café. Ela aparentava ter uns 4 anos e mal falava, sentia medo e receio. Marina tentou conversar com ela e ao questionar como era o seu nome ela respondeu que se chamava Clarissa. Outros questionamentos surgiram, mas Clarissa não respondia, parecia assustada, mas comia com muito prazer um pãozinho e café com leite.
Terminaram de  tomar café e Clarissa adormeceu. Mariana colocou-a em sua cama e voltou para conversar com Alberto sobre o que fariam com a menina. Sabiam que não poderiam ficar com ela assim sem comunicar o juizado de menores.
Depois de tanto conversar decidiram ligar para um advogado, amigo deles, e este sugeriu que fossem ao juizado e comunicassem o fato. No dia seguinte fizeram isso e o Adolfo, advogado amigo deles, os acompanhou.
Chegaram ao juizado e foram recepcionados pela secretária que prontamente os encaminhou a sala do juiz. Décio, o juiz de menores, relatou ao casal que o procedimento correto era deixar a menina em um abrigo de menores até encontrarem algum familiar e depois de certo tempo ela poderia ser adotada caso não aparecesse ninguém de sua família.
Marina pediu ao juiz se poderia ficar com Clarissa pelo menos uns dias até que a investigação começasse, o juiz concordou em deixar a menina por uma semana depois disso ela teria que ir para o abrigo. A semana passou tão rápida que Marina e Alberto nem perceberam.
Eis que toca o telefone era o advogado avisando que não haviam descoberto nada da família de Clarissa e que ela teria mesmo que ir para o abrigo. Uma tristeza muito grande tomou conta dos dois, pois se afeiçoaram ainda mais pela menina e não queriam que ela se fosse.
Passou-se um mês e Alberto e Marina iam todos os dias ver Clarissa no abrigo, já sentiam ela como sua filha e a menina também se afeiçoara a eles e os chamava de papai e mamãe. Isso deixava os dois mais felizes ainda.
Três meses depois Marina recebe um telefonema do juiz marcando uma reunião para daí a três dias. Os dois estavam ansiosos por saber o que o juiz queria com eles. No dia e hora marcada lá estavam na sala de espera aguardando pela chamada da secretária. Quando esta os chamou eles levantaram rapidamente e dirigiram-se até o juiz.
O nervosismo e a ansiedade era tanto que até Adolfo, o juiz, percebeu e acalmou os dois oferecendo-lhes um café. Em seguida começou a relatar que haviam descoberto a família de Clarissa. A expressão no rosto de Marina era de desolação, mas ouviu tudo que o juiz lhe dizia na esperança de que ainda houvesse uma chance de poder ficar com a menina.
De repente a expressão de Marina e Alberto começou a mudar quando o juiz disse que os pais de Clarissa haviam morrido em um acidente e que a menina vivia com uma família de vizinhos, mas que os mesmos não tinham condições de criá-la e que Clarissa havia desaparecido de casa e que eles não conseguiam encontrá-la.
O juiz, então, comunica a Marina e Alberto que se eles estariam interessados na adoção da menina poderiam entra na fila de adoção que muito breve poderiam ser os pais de Clarissa. Mesmo assim eles iam ver a menina todos os dias.
Passaram-se mais 15 dias e eles foram chamados para a adoção de Clarissa. Marina e Alberto não se continham de tanta felicidade. Antes de ir buscar a menina passaram em uma loja de brinquedos e compraram muitos presentes para ela.
Chegaram ao abrigo e abraçaram Clarissa e beijaram tanto e disseram que agora ela iria ser a filha deles para sempre. Foram para casa os três muito felizes e enfim a família agora estava completa e muito feliz.



Autora: Sonia Biasus
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Publicação autorizada pela autora

2 comentários:

Anônimo disse...

Que esta linda história se repita por muitas e muitas vezes na vida real. Parabéns, Sonia. Marina Alves.

Entrelinhas: Produção Textual disse...

Obrigada Marina Alves. Abraços.